Capítulo Geral amplia papel dos Salesianos Irmãos na Congregação
Os salesianos que não são sacerdotes poderão ser superiores de comunidade. O experimento de seis anos servirá como base para futuras reflexões sobre a governança das comunidades salesianas.
Foto: Agenzia Info Salesiana (ANS)
Redação (19/03/2025 12:24, Gaudium Press) O 29º Capítulo Geral (CG29) da Congregação Salesiana, realizado em Valdocco, Itália, aprovou uma resolução que permite, em caráter experimental, a nomeação de salesianos irmãos (coadjutores) como diretores de comunidades. A decisão aguarda a aprovação do novo Reitor-Mor e do Conselho Geral.
As congregações religiosas que o Código de Direito Canônico chama de clericais são formadas por sacerdotes religiosos e religiosos não sacerdotes que são leigos consagrados. Nos salesianos, eles são chamados de coadjutores e, em outras congregações, são chamados de irmãos, leigos ou de alguma outra forma semelhante.
O parecer do Ecônomo Geral sobre a mudança
O Ecônomo Geral da Congregação, Jean Paul Muller, classificou a decisão como um “momento de mudança” e uma “renovada valorização dos coadjutores”. Ele destacou a evolução na formação dos irmãos leigos e a ampliação de suas responsabilidades. “A discussão que tivemos no Capítulo mostrou que há um momento de mudança e de renovada valorização dos coadjutores”, afirmou.
Muller recordou que a possibilidade surgiu com o Rescrito assinado pelo Papa Francisco em 2022, que autorizou religiosos não sacerdotes a assumirem funções de governo. “Lamento que não tenhamos praticado isso naquela época, pois haveria a oportunidade de ganhar alguma ‘prática’. Nomear um coadjutor como diretor teria sido uma excelente experiência para discutir já neste Capítulo. Agora precisamos esperar e iniciar um experimento de seis anos”, comentou.
O impacto da decisão nas comunidades salesianas
O Ecônomo Geral reconheceu que a mudança terá um impacto inicial limitado, devido ao número reduzido de salesianos coadjutores. “Não são muitos os coadjutores que serão chamados, porque o número deles é baixo. Mas tenho certeza de que, onde forem nomeados, isso representará um bom sinal”, declarou.
Ele também expressou esperança de que a decisão influencie as vocações futuras. “Precisamos nos preparar: a partir de hoje, os coadjutores devem ser formados como já formamos os sacerdotes, para que possam assumir responsabilidades e representar Dom Bosco onde quer que estejam”, afirmou.
Reflexões sobre o significado da mudança
A resolução gerou um debate intenso entre os capitulares. Jean Paul Muller destacou que sua posição sobre o tema evoluiu ao longo do tempo. “Acredito que sim. Eu era um dos que dizia que as coisas deveriam permanecer como estavam; não me sentia envolvido em planejar mudanças. Mas vi o desenvolvimento dos salesianos nos últimos anos e também o da Igreja: hoje, todos os que se declaram católicos sentem este vento de mudança.”
A decisão reflete uma transformação na Igreja e na Congregação Salesiana, reconhecendo a importância dos salesianos coadjutores e fortalecendo a missão salesiana.
Caminho aberto para novas responsabilidades
A decisão do CG29 representa uma evolução na estrutura da Congregação Salesiana, reforçando a complementaridade vocacional entre sacerdotes e coadjutores. O experimento de seis anos servirá como base para futuras reflexões sobre a governança das comunidades salesianas.
O Capítulo Geral segue seu curso, reafirmando o compromisso da Congregação com a missão de Dom Bosco e com a formação de seus membros para servir melhor à Igreja e aos jovens.
Com informações missaosalesiana.org.br
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