“Ataque à dignidade humana no sistema de saúde irlandês”
O Cardeal Vincent Nichols expressou séria preocupação com o fato de os deputados terem passado apenas algumas horas debatendo o suicídio assistido, quando passaram cem vezes mais tempo debatendo a proibição da caça à raposa em 2004.
Redação (08/02/2025 11:20, Gaudium Press) O Cardeal Vincent Nichols expressou preocupação com a legalização do suicídio assistido na Irlanda. “Acredito que seja profundamente irresponsável da parte de qualquer governo permitir que uma mudança dessa magnitude seja realizada sem o devido processo parlamentar, adequado e apoiado pelo governo. Acho que o que está acontecendo, se vier a acontecer, será a maior mudança que este país já viu em muitas décadas. Em um debate de cinco, seis, sete horas? Disseram-me que o projeto de lei sobre a caça à raposa [em 2004] passou por 700 horas de debate.”
Com efeito, o projeto de lei proposto pela deputada trabalhista Kim Leadbeater para legalizar o suicídio assistido na Inglaterra e no País de Gales foi aprovado, em novembro do ano passado, após apenas cinco horas de debate.
Apesar dessas preocupações, ele espera que o projeto de lei ainda possa ser derrotado em sua tramitação no Parlamento: “Acho que essa história ainda não acabou”.
No ano passado, o cardeal havia afirmado que “a mudança radical na lei que está sendo proposta agora corre o risco de provocar em todos os profissionais médicos uma mudança do dever de cuidar para o dever de matar.”
Presidente do Conselho de Saúde da Conferência Episcopal Irlandesa
Por sua vez, o bispo Dom Michael Router, presidente do Conselho de Saúde da Conferência Episcopal Irlandesa, expressou seu apoio à mensagem do Papa Francisco para o 33º Dia Mundial do Doente, a ser celebrado em 11 de fevereiro. Em sua mensagem, o Papa incentiva os fiéis a oferecer presença e cuidado aos que estão sofrendo. Dom Router comentou que “a presença de cuidadores, profissionais médicos, familiares ou amigos é uma expressão sensível do amor de Deus por aqueles que estão doentes”.
Dom Router também expressou sua preocupação com o que ele considera um ataque à dignidade humana no sistema de saúde irlandês: “a introdução de um regime liberal de aborto que levou à morte de mais de 30.000 crianças no seio materno. Ademais, o Parlamento começou a explorar a possibilidade da legalização do suicídio assistido na Irlanda”. O bispo alertou que tal medida “iria contra o princípio fundamental da intervenção médica: ‘Não causar dano’”, destacando que sua aprovação representaria uma mudança profunda na ética da saúde, com consequências imprevisíveis para os mais vulneráveis.
Dom Router pede um foco maior nos cuidados paliativos, chamando-os de “a única maneira compassiva e ética de abordar as questões do fim da vida”. Ele também defendeu a importância dos serviços de cuidado pastoral em hospitais e centros de saúde, que “cuidam das necessidades espirituais dos doentes ou daqueles que sofrem, e são essenciais para o bem-estar de tantas pessoas”.
Com informações The Irish Catholic
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