Papa Francisco reflete sobre o mistério da Visitação de Nossa Senhora

Durante a Audiência Geral desta quarta-feira, o Pontífice deu continuidade ao ciclo jubilar de catequeses sobre ‘Jesus Cristo, nossa esperança’.

Cidade do Vaticano (05/02/2025 12:48, Gaudium Press) Na manhã desta quarta-feira, 5 de fevereiro, durante a Audiência Geral realizada na Sala Paulo VI, o Papa Francisco deu continuidade ao ciclo jubilar de catequeses sobre ‘Jesus Cristo, nossa esperança’, refletindo sobre o mistério da Visitação.

Logo no início da audiência, o Santo Padre pediu desculpas aos presentes por não conseguir ler a catequese: “Peço-lhes desculpas porque com este resfriado forte está difícil falar”. O texto de Francisco teve que ser lido pelo Padre Pierluigi Giroli, sacerdote rosminiano, funcionário da Secretaria de Estado.

O mistério da Visitação

Abordando o mistério da Visitação, o Pontífice explicou que “a Virgem Maria visita Santa Isabel; mas é sobretudo Jesus, no ventre materno, que visita o seu povo, como diz Zacarias no seu hino de louvor”. Após o estupor e a admiração pelo que o Anjo lhe anunciara, Maria levanta-se e põe-se a caminho, como todos os chamados na Bíblia.

Segundo o Santo Padre, “o único ato com que o homem pode corresponder ao Deus que se revela é aquele da disponibilidade ilimitada”. Esta jovem filha de Israel não escolhe proteger-se do mundo, não teme os perigos e os julgamentos das outras pessoas, mas vai ao encontro dos outros.

Impulsionada pelo amor, Nossa Senhora vai ao encontro de sua prima Isabel “uma idosa que acolhe, depois de uma longa espera, uma gravidez inesperada, difícil de enfrentar na sua idade. Mas a Virgem também vai ao encontro de Isabel para partilhar a sua Fé no Deus do impossível e a sua esperança no cumprimento das suas promessas”.

Magnificat: um cântico de redenção

A voz da “cheia de graça” que saúda Isabel provoca a profecia na criança que a idosa traz no seu ventre e suscita nela uma dupla bênção: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”. E também uma bem-aventurança: “Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!”

Diante do reconhecimento da identidade messiânica do seu Filho e da sua missão de mãe, Nossa Senhora não fala de si mesma, mas de Deus e suscita um louvor cheio de Fé, esperança e alegria, um cântico que ressoa todos os dias na Igreja durante a oração das Vésperas: o Magnificat, ressalta o Pontífice.

O Magnificat se tornou “um cântico de redenção, que tem como pano de fundo a memória da libertação de Israel do Egito. Os verbos estão todos no passado, imbuídos de uma memória de amor que ilumina o presente com a Fé e ilumina o futuro com a esperança: Maria canta a graça do passado, mas é a mulher do presente que carrega o futuro no seu ventre”.

Acolher a presença de Maria em nossas vidas

“O Senhor, que se inclinou sobre a pequena Maria para nela realizar ‘grandes coisas’ e a fazer mãe do Senhor, fez correr um fluxo ininterrupto de amor misericordioso ‘de geração em geração’ sobre o povo fiel à aliança, e agora manifesta a plenitude da salvação no seu Filho, enviado para salvar os homens dos seus pecados”, destaca o Papa.

“A Páscoa surge assim como a categoria hermenêutica para compreender toda a libertação posterior, até à alcançada pelo Messias na plenitude dos tempos”. Francisco concluiu pedindo ao Senhor “a graça de podermos esperar o cumprimento de cada uma de suas promessas; e para que ele nos ajude a acolher a presença de Maria em nossas vidas”. (EPC)