Nicaragua: ditadura confisca o Seminario Maior de Matagalpa

Martha Patricia Molina, advogada que escreveu o relatório “Nicarágua, uma Igreja Perseguida”, onde expõe os ataques sistemáticos do governo Ortega-Murillo à Igreja, divulgou em suas redes sociais que a vigilância envolvendo os sacerdotes da diocese de Matagalpa foi intensificada a partir do último domingo, 19 de janeiro.

Foto: Diócesis Media: Seminario Mayor de Filosofía San Luis Gonzaga, Matagalpa/ Facebook

Redação (21/01/2025 09:11, Gaudium Press) Cerca de 30 seminaristas foram expulsos do Seminário Maior de Filosofia San Luis Gonzaga, a sudeste da cidade de Matagalpa, na Nicarágua, por ordem da polícia e de funcionários da Procuradoria Geral da República (PGR), que na tarde de segunda-feira, 20 de janeiro, confiscaram a propriedade da diocese de Matagalpa.

Os seminaristas das dioceses de Matagalpa e Siuna foram mandados para casa e não se sabe até o momento se alguém foi preso. Estava programado um retiro para o dia 19 de janeiro, domingo passado, mas tiveram que cancelá-lo no último minuto.

A confiscação do Seminário Maior de Filosofia São Luís Gonzaga se soma à expropriação do Centro Pastoral Diocesano La Cartuja, cinco quilômetros ao norte da cidade de Matagalpa, tomado pela polícia e pela PGR na tarde de quinta-feira, 16 de janeiro. Ademais, desde 19 de agosto de 2022, a polícia ocupa a residência do bispo no centro da cidade.

“Notícias muito tristes. O seminário São Luís Gonzaga em Matagalpa-Nicarágua foi confiscado. Esse seminário é o coração da Igreja e de uma diocese, e é o local onde os futuros sacerdotes são formados. Esta tarde foi confiscado pela polícia, deixando todos os seminaristas no limbo”, explicou o sacerdote nicaraguense exilado Erick Díaz em sua conta no X.

Díaz destacou que metade do clero diocesano está fora do país devido a exílio, exílio forçado, expulsão ou impedimento de retornar ao país depois de ir para o exterior por vários motivos. A Diocese de Matagalpa é a mais perseguida pelo regime de Daniel Ortega e Rosario Murillo, que prendeu e depois deportou o bispo, Mons. Rolando José Álvarez Lagos. Ele teve sua nacionalidade cancelada e seus direitos de cidadania suspensos por toda a vida por crimes considerados traição.

“É a diocese mais atingida do país. Somente nesta semana, dois de seus bens mais preciosos foram apreendidos e confiscados: o centro de retiro espiritual La Cartuja e agora o seminário onde nossos futuros sacerdotes eram formados. Que Deus sempre ajude nossa diocese de Matagalpa”, acrescentou o sacerdote.

Com informações AICA