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Origem da árvore de Natal

De enormes carvalhos, símbolos pagãos, o pequeno e gracioso pinheirinho passou a ser o mais utilizado símbolo do Menino Jesus.

Foto: Arkadiusz Radek/ Unsplash

Foto: Arkadiusz Radek/ Unsplash

Redação (20/12/2024 09:55, Gaudium Press) Sapin, tannenbaum, árbol de Navidad, evergreen… Chamem-na como for, a árvore de Natal nunca deixou de ser uma das decorações mais atraentes nas comemorações natalinas.

Verdejante, apinhada de simpáticas luzinhas, sua vitalidade e variedade constituem o encanto e alegria dos pequenos, não só de idade, mas também de coração, e, onde ela está, impregna o ambiente com o seu característico odor de pequenos ramos queimados pelas velinhas acesas.

Em nossos dias, é muito difundida a ideia de que este belo e tradicional costume surgiu no norte da América, devido a sua forte difusão nesse local. Contudo, ao remontarmos a um passado cheio de histórias, deparamo-nos com a sua verdadeira origem, pouco conhecida e mais antiga do que parece…

Origem da árvore de Natal

Os bárbaros invadiram a Europa Central no longínquo século VII.

Mais especificamente, no sul da Saxônia, habitavam os frisões (entre a atual Bélgica e Weser, em frente à Inglaterra). Suas crenças, todas pagãs, eram muito arraigadas e, às vezes, anteriores à própria Revelação Cristã.

Certo dia, um monge beneditino de origem anglo-saxônica, tocado pela graça, sentiu o desejo de evangelizar essas inóspitas regiões. Seu nome era Wilfrido de York (634-709).

No início da sua missão (678-685), instalou-se num lugar onde os habitantes, curiosamente, cultuavam o carvalho, muito frequente por aquelas florestas. Segundo diziam, este era possuído por espíritos, os quais o conservavam verde durante o inverno. E estas mesmas divindades promoviam o retorno da primavera e do verão.

Temerosos, os frisões realizavam diversos rituais durante o mês de dezembro, em torno das gigantescas árvores, a fim de que não deixassem de exercer a sua indispensável função.

São Wilfrido deparou-se com um difícil obstáculo, ao querer desmentir essa arraigada convicção pagã; mesmo assim, dispôs-se a demonstrar-lhes a falsidade de tal imaginação.

Em meio àquelas práticas religiosas, reuniu os bárbaros no intuito de cortar um daqueles velhos carvalhos. Golpe vai, golpe vem, irrompeu uma terrível tempestade, deixando-os a todos muito apavorados.

O Santo apressou o serviço dos lenhadores e, em meio a cambaleadas, a gigantesca árvore precipitou-se por terra!

Um silêncio cortante tomou conta dos presentes e, de súbito, um raio fulminante partiu em pedaços o carvalho, coincidindo com a sua batida no chão.

Ao verem o seu mito cair por terra, a desilusão contribuiu para efetuar a conversão daquelas almas. Porém, passou-se algo de muito curioso…

Havia, a poucos centímetros da carbonizada árvore, um pinheirinho, o qual de modo inacreditável fora conservado intacto no meio de tamanha destruição.

Seria isto um sinal? Era o dia 25 de Dezembro.

São Wilfrido percebeu nesse fato um simbolismo muito belo: Deus protege a fragilidade e a inocência!

Em seu sermão à noite, relacionou poeticamente a imagem da pequenina árvore com a natividade do Senhor e, desta maneira, o pinheirinho passou a ser, a partir daquele dia, o símbolo mais utilizado do Menino Jesus.

Divulgação do uso do pinheiro nas comemorações do nascimento do Senhor

Um discípulo deste Santo missionário teve de enfrentar, também, dificuldades semelhantes ao evangelizar a futura Alemanha: tratava-se de São Bonifácio (673-754).

Em Geismar de Hessen, centro muito concorrido de rituais pagãos, cultuava-se um grande carvalho consagrado ao deus Donar. Realizavam-se ao seu redor práticas supersticiosas, principalmente na época hibernal, porque atribuíam a esse deus ser responsável pelos terríveis vendavais e tempestades, muito frequentes durante o solstício.

Uma vez convertidos, os germanos foram desassociando o caráter pagão da crença e relacionando a figura da árvore com passagens da Sagrada Escritura, como esta do Profeta Isaías: “A glória do Líbano virá a ti, a faia e o buxo, e juntamente o pinheiro servirão para adornar o lugar do meu santuário” (60, 13).

Destarte, começou a se divulgar nas imediações da Germânia o uso do pinheiro nas comemorações do nascimento do Senhor.

Outras longínquas referências fazem alusão a este costume: no ano de 1539, na Igreja e nas moradias de Estrasburgo, França, pela primeira vez se utilizaram pinheiros decorados ao celebrar as festividades natalinas; em 1671, a princesa Charlote Elizabeth da Baviera, esposa do duque de Orléans, introduz oficialmente esta tradição em todo o país.

E, finalmente, durante o reinado de Jorge III (1760-1820), o costume chega à Inglaterra, transmitindo-se para a América do Norte e, dali, para o mundo.

Simbologia dos enfeites do pinheiro

Contudo, qual é o significado das inúmeras esferas, bastões, cones, etc., que preenchem as suas ramagens?

No decorrer dos séculos, foram se acrescentando bonitos enfeites ao pinheiro.

Sua simbologia refere-se à imagem do segundo Adão, Cristo, nosso Salvador (cf. I Cor 15, 21-22; 45), o qual nos trouxe de volta os frutos perdidos pelo nosso primeiro pai, ao ter comido da árvore proibida (cf. Gn 2, 9; 3, 6).

Por esta razão, esses belos atavios representam os preciosos e superabundantes frutos nascidos da Santa Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, verdadeira Árvore da Vida.

Por Sebástián Correa Veláques

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