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Jihadistas dizem aos cristãos de Aleppo para ficarem tranquilos… será?

Representantes do novo governo da Síria se reuniram com líderes cristãos na igreja e no convento franciscano. O bispo caldeu de Aleppo esteve presente.

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Redação (11/12/2024 17:32, Gaudium Press) Foi noticiado o encontro de todos os líderes das comunidades religiosas de Aleppo com os representantes dos grupos que assumiram o controle da Síria.

“Estávamos todos presentes: bispos, sacerdotes e religiosos”, explica à Agência Fides o jesuíta Antoine Audo, bispo caldeu de Aleppo, referindo-se a uma ‘reunião muito positiva’.

O encontro ocorreu na igreja e no convento franciscano, onde também se encontra o Vicariato Apostólico dos Católicos de Rito Latino. “A intenção deles”, comentou o bispo Audo, “parece ser a de transmitir confiança. As expectativas são boas”, especialmente considerando que “agora nos encontramos em um beco sem saída: não há eletricidade, tudo é caro, muitas pessoas estão tendo dificuldade para encontrar alimentos”.

Por enquanto, confirma Audo, as novas forças que dominam a cena, de orientação islâmica, não demonstram desejo de impor mudanças e condições à vida cotidiana das comunidades eclesiásticas. “Pelo contrário, elas tentam dar confiança, mostrando respeito por nossas tradições e nossas orações. Eu lhes disse que nós, como cristãos árabes, representamos uma realidade única na história e no mundo. E eu contei alguns exemplos da história dos árabes muçulmanos com os cristãos e da contribuição dos cristãos para essa história. Acrescentei que o status dos “Dhimmi” (membros não muçulmanos de um estado regido pela lei islâmica) pode ser interpretado tanto de maneira negativa quanto positiva, ressaltando que os cristãos não podem ser considerados cidadãos de segunda classe, e que devemos trabalhar juntos. Eles pareciam muito interessados nessas considerações”.

Durante a reunião, foi assegurado aos representantes das comunidades cristãs que não haverá alterações nos regulamentos das escolas pertencentes às comunidades eclesiásticas, onde meninos e meninas estudam juntos em classes mistas. “Eles solicitaram – prossegue o bispo caldeu – a todos os funcionários públicos que retomem suas funções e declararam que o serviço militar obrigatório que perdurou por todos esses anos acabou.”

De acordo com o bispo Audo, conhecido por suas análises geopolíticas, “houve uma decisão internacional consensual para garantir essa saída da Síria. Não era possível continuar no beco sem saída que havia sido tomado”. Uma solução da qual a Turquia e os Estados Unidos, sem dúvida, participaram, “mas também a Rússia e o Irã. A Rússia disse a Assad para ir embora”, e assim evitou-se um maior derramamento de sangue.

Entretanto, persiste a desconfiança, em razão dos antigos vínculos dos novos líderes da Síria com a al-Qaeda e o Estado Islâmico. A atenção do mundo deve continuar voltada para a situação na Síria e, particularmente, para a dos cristãos, levando em consideração as cruéis experiências do passado.

Em todo caso, o “problema” Síria se insere no contexto da tensão predominante no Oriente Médio. De certa forma, a situação nessa região entrou em compasso de espera, aguardando a chegada do novo governo nos EUA.

Com informações Fides/ Infocatólica

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