França: quatro igrejas profanadas

Na Arquidiocese de Tours, na França, quatro igrejas foram profanadas e cálices contendo hóstias consagradas foram roubados por ocasião da celebração do santo padroeiro, São Martinho de Tours.

Basílica de São Martinho de Tours. Foto: Wikipedia

Redação (19/11/2024 15:21, Gaudium Press) As profanações ocorreram entre 7 e 14 de novembro. As igrejas visadas foram Druye, Saint-Symphorien, Notre-Dame-la-Riche e L’île Bouchard. Em cada uma delas, os mesmos objetos foram roubados. A igreja de Druye também lamenta o roubo de duas de suas pinturas. Além disso, a catedral foi pichada com mensagens de extrema esquerda.

Os roubos de igrejas não são incomuns. As hóstias deveriam ter sido encontradas no chão ou perto dos tabernáculos forçados. Mas esse não é o caso. “Poderíamos falar sobre estupidez ou sobre o roubo de objetos por seu valor. Mas quatro vezes seguidas, parece mais uma intenção maliciosa”, diz o arcebispo Vincent Jordy. “Temos a sensação de que essa é uma ação estratégica de um grupo ao longo de uma semana. Isso levanta questões preocupantes. Há um plano”. Ele dá a entender que possíveis rituais satânicos estão sendo planejados.

O Pe. François du Sartel, pároco da catedral de Tours, mostra que as profanações são quase idênticas e com o mesmo modus operandi. “Quatro igrejas em partes muito diferentes da diocese. Não se trata de um ladrão que aparece e acha que há algo interessante ali. Há um projeto, isso parece óbvio para nós”.

Um paroquiano destacou que “a maior tristeza não é o desaparecimento de um cibório, mas o desaparecimento das hóstias consagradas que simbolizam a presença de Deus entre nós”.

As igrejas permanecerão abertas. “É para isso que servem as igrejas. As pessoas devem poder entrar nelas para rezar, descansar, encontrar paz. Mas há medidas prudentes a serem tomadas”, declarou o arcebispo, expressando sua preocupação com “um clima geral na França, com uma falta de respeito de uns para com outros. Há um tipo de desprezo pela religião que faz com que algumas pessoas sintam que podem fazer qualquer coisa […]”. “Podemos debater, mas agir dessa forma machuca e prejudica. Esses roubos são dolorosos para nós[…]”.

Comunicado da Diocese

A diocese emitiu o seguinte comunicado no dia 14 de novembro:

“No momento em que a diocese de Tours acaba de celebrar seu santo padroeiro, São Martinho, em paz e alegria, na presença do bispo de Szombathely, a cidade natal de São Martinho, na Hungria, vários incidentes perturbam essa alegria.

Por um lado, a recuperação política da figura de São Martinho e as tensões que ela causou, com uma manifestação na cidade no último sábado, que levou a basílica de São Martinho e a catedral de São Gatien a serem pichadas.

Por outro lado, três igrejas na área de Tours foram profanadas nos últimos dias, os tabernáculos arrombados, os cibórios e o Santíssimo Sacramento roubados: em Tours, nas igrejas de Saint-Symphorien e Notre-Dame-la-Riche, e na igreja de Druye.

Esses acontecimentos dolorosos e ofensivos para a comunidade católica revelam, infelizmente, até que ponto nossa sociedade é assolada por formas preocupantes de violência, falta de cultura e falta de civilidade.

Missas de reparação serão celebradas nas três igrejas profanadas“.