“Onde entra o Espírito Santo, renasce a capacidade de doar-se”, assegura Francisco
Nesta quarta-feira, o Santo Padre deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre o Espírito Santo relacionando-o com o sacramento do matrimônio.
Cidade do Vaticano (23/10/2024 12:43, Gaudium Press) Durante a Audiência Geral, desta quarta-feira, 23, realizada na Praça São Pedro, no Vaticano, o Papa Francisco deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre o Espírito Santo relacionando-o com o sacramento do matrimônio.
O Espírito Santo é o amor que une o Pai e o Filho
De acordo com o Pontífice, “o principal artífice desta doutrina é Santo Agostinho. Parte da revelação de que ‘Deus é amor’. Ora, o amor pressupõe quem ama, quem é amado e o próprio amor que os une. O Pai é, na Trindade, aquele que ama, fonte e princípio de tudo; o Filho é aquele que é amado e o Espírito Santo é o amor que os une. O Deus dos cristãos é, pois, um Deus “único”, mas não solitário; esta é uma unidade de comunhão e de amor”.
Refletindo sobre o casamento, o Santo Padre afirmou que “o matrimônio cristão é o sacramento do homem e da mulher que se fazem dom um para o outro. O casal humano é, por isso, a primeira e mais elementar realização da comunhão de amor que é a Trindade”.
Unidade parental e casamentos construídos na areia
Segundo Francisco, os cônjuges devem se constituir em uma unidade parental junto com os seus filhos perante o resto do mundo. “Para corresponder a esta vocação, porém, o matrimônio necessita do apoio d’Aquele que é o Dom, ou melhor, da doação de si por excelência. Onde entra o Espírito Santo, renasce a capacidade de doar-se”, aconselhou.
Destacando que esta unidade não é um objetivo fácil em nossos dias, o Santo Padre afirmou que, apesar de parecer mais fácil e rápido construir na areia do que na rocha, “as consequências dos casamentos construídos na areia estão, infelizmente, à vista de todos e são sobretudo os filhos que pagam o preço. Os filhos sofrem com a separação ou falta de amor dos pais”.
A ação do Espírito Santo na vida matrimonial
O Papa disse ainda que o Espírito Santo continua realizando, no plano espiritual, o milagre da transformação da água em vinho, assim como Jesus fez nas Bodas de Caná da Galileia. Ele transforma “a água do hábito numa nova alegria de estarmos juntos. Não é uma ilusão piedosa: é o que o Espírito Santo fez em muitos casamentos, quando os esposos decidiram invocá-lo”.
Concluindo, Francisco comentou que seria bom que junto da informação jurídica, psicológica e moral que é dada aos noivos antes do matrimônio, se explorasse em profundidade a “preparação espiritual”. (EPC)
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