Futuro Cardeal Timothy Radcliffe pede dispensa das vestes cardinalícias
Radcliffe solicitou ao Papa Francisco que o dispensasse do uso da “elaborada indumentária cardinalícia”, permitindo-lhe manter seu hábito branco da Ordem dos Pregadores.
Redação (15/10/2024 09:46, Gaudium Press) O padre dominicano inglês Timothy Radcliffe está entre os 21 novos cardeais que receberão o respetivo barrete vermelho no 10º consistório convocado pelo atual Pontífice, que terá lugar no dia 8 de dezembro próximo, no Vaticano. Ele também foi escolhido pelo papa para servir de assistente espiritual do atual Sínodo sobre a Sinodalidade.
Em entrevista à rádio inglesa BBC, transmitida neste último domingo, o dominicano inglês disse que perguntou ao pontífice se ele poderia ser dispensado de usar a “elaborada indumentária cardinalícia”. De acordo com Radcliffe, o Papa respondeu no mesmo dia que ele “entendia completamente” sua situação e iria “isentá-lo de usar as vestes elaboradas”.
Os cardeais são os mais altos dignitários da Igreja Católica e auxiliam o Papa na direção da Igreja universal e da Cúria Romana. Os cardeais se caracterizam por suas vestes de cor vermelho púrpura, da qual deriva a expressão com a qual são chamados, “purpurados”. Fazem parte da indumentária do cardeal a batina coral vermelha, com um roquete de linho com ou sem punho vermelho, murça vermelha de lã, uma cruz peitoral, presa a um cordão dourado, o solidéu vermelho e a faixa, também vermelha, sobre a cintura. O vermelho simboliza o martírio – os cardeais são chamados ao maior serviço à Igreja dedicando a própria vida.
Teólogo polêmico
O Pe. Radcliffe tem sido alvo de controvérsia devido ao seu apoio à justificação das relações entre pessoas do mesmo sexo e às suas constantes posições, descritas como promotoras da ideologia LGBTI, em aberta contradição com a doutrina católica tradicional.
Em um recente artigo publicado no L’Osservatore Romano, o dominicano de 79 anos afirmou que os “desejos” homossexuais, como todos os desejos, são “dados por Deus” e precisam de ser “educados” em vez de reprimidos. “O ensino da Igreja já está evoluindo, renovado pela experiência vivida: os homossexuais já não são vistos apenas em termos de atos sexuais, mas como nossos irmãos e irmãs, que, segundo o Papa Francisco, podem ser abençoados.”
Dentro da sua própria ordem, o Pe. Radcliffe tem recebido críticas, por exemplo, pelo seu artigo publicado no The Tablet, intitulado “Can Gays Be Priests? (Os gays podem ser sacerdotes?)”.
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