“Nunca dialoguem com o diabo”, aconselha Papa Francisco
O Pontífice recordou que Nosso Senhor Jesus Cristo jamais dialogou com o demônio: ou o expulsava, ou o condenava, mas nunca dialogava.
Cidade do Vaticano (25/09/2024 12:05, Gaudium Press) Na Audiência Geral desta quarta-feira, 25 de setembro, o Papa Francisco retomou o ciclo de catequeses com o tema “O Espírito e a Esposa. O Espírito Santo guia o povo de Deus ao encontro de Jesus, nossa esperança”, tendo como referência o episódio no qual Nosso Senhor Jesus Cristo é conduzido pelo Espírito ao deserto, sofrendo tentações do demônio durante quarenta dias.
A maior astúcia do diabo é convencer-nos de que ele não existe
Diante de milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro, o Pontífice advertiu para o fato de que hoje em alguns ambientes se difunde que o diabo não existe, muitas vezes ele é apresentado apenas como “um símbolo do inconsciente coletivo ou da alienação, uma metáfora”. Em seguida recordou de uma frase escrita por Charles Baudelaire: “a maior astúcia do diabo é convencer-nos de que ele não existe”.
“O nosso mundo tecnológico e secularizado está repleto de magos, ocultismo, espiritismo, astrólogos, vendedores de encantos e amuletos e, infelizmente, de verdadeiras seitas satânicas. Tendo sido expulso pela porta, o demônio voltou, pode-se dizer, pela janela. Expulso pela Fé, regressa com a superstição. E se você é supersticioso, está dialogando com o diabo, e com ele não se deve nunca dialogar”, alertou.
Nos Santos está a prova mais forte da existência de Satanás
De acordo com Francisco, apesar do diabo estar presente e operar em certas formas extremas e desumanas do mal e da maldade “é praticamente impossível, em casos individuais, chegar à certeza de que realmente é ele, dado que não podemos saber exatamente onde termina a sua ação e começa o nosso próprio mal. Por isso, a Igreja é muito prudente e rigorosa no exercício do exorcismo”.
O Pontífice assegura ainda que a prova mais forte da existência de Satanás não se encontra nos pecadores ou nos possuídos, mas nos Santos, pois “é na vida dos Santos que o diabo é obrigado a sair à luz, a estar contra a luz. Mais ou menos todos os Santos e grandes crentes testemunham a sua luta contra esta realidade sombria, e não se pode honestamente presumir que todos tenham sido iludidos ou simples vítimas dos preconceitos do seu tempo”.
Nunca devemos dialogar com o demônio
O Papa sublinhou ainda que Jesus nunca dialogou com o demônio: ou o expulsava, ou o condenava, mas nunca dialogava. “Irmãos, irmãs, nunca dialoguem com o diabo. Quando ele vem com as tentações, dizendo ‘ah, isso seria bom, aquilo seria bom’, pare! Eleve seu coração ao Senhor, reze a Nossa Senhora e expulse-o, como Jesus nos ensinou a fazer. Se você for tolo e disser ao diabo: ‘Ah, como você está?’, ele o destruirá. Mantenha distância. O diabo deve ser expulso. E todos nós, todos, temos experiência de como o diabo se aproxima com alguma tentação: quando sentimos isso, pare, mantenha distância”.
Por fim, o Santo Padre afirmou que o reconhecimento da ação do diabo na história não deve ser motivo de desânimo, e o pensamento final deve ser, também neste caso, de confiança e segurança. “Cristo derrotou o diabo e deu-nos o Espírito Santo para fazer nossa a sua vitória. A própria ação do inimigo pode ser aproveitada em nosso favor, se, com a ajuda de Deus, a fizermos servir para a nossa purificação. Fiquem atentos, porque o diabo é astuto – mas nós, cristãos, com a graça de Deus, somos mais astutos do que ele”, concluiu. (EPC)
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