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Esse atentado exige reparação!

Quando uma pessoa dá um tiro em alguém, possui a prerrogativa de alegar tratar-se de tiro acidental ou legítima defesa. Mas, quando descarrega uma arma sobre a vítima e exibe publicamente o que fez, é um atentado e não há justificativa além do profundo ódio à pessoa atingida ou àquilo que ela representa.

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Redação (22/09/2024 16:21, Gaudium Press) Na semana que passou, o mundo foi surpreendido por uma sofisticada tática de guerra que resultou na explosão de milhares de pagers e walkie-talkies usados por membros do grupo extremista libanês Hezbollah. A operação deixou um saldo de 37 mortos e mais de 3.500 feridos.

O assunto esteve na mídia durante toda a semana, com destaque nos principais veículos de comunicação. Trata-se de uma região que, desde que o mundo é mundo, tem um histórico de guerras e nós, que estamos distante e não conhecemos a fundo as questões políticas, econômicas e religiosas que estão envolvidas nessas constantes disputas, temos dificuldade em entender os porquês desta guerra. No entanto, diante do inusitado fato, todo o mundo quis dar a sua opinião.

Desta notícia a mídia não se ocupou

Embora a ação tenha sido tão bem arquitetada que causou espanto até nos estrategistas, a realidade superou a ficção e resultou em dezenas de mortos e milhares de pessoas feridas.  Infelizmente a vida humana parece ter cada vez menos valor.

Mas o que me traz aqui, depois de mais uma longa ausência, é outro ato de violência recente que despertou muito pouco interesse da mídia convencional, tendo sido mais divulgado pela mídia católica.

Refiro-me ao atentado à bala contra uma cândida senhora com seu filhinho no colo. Ambos foram atingidos pelos projéteis. A Mãe recebeu três tiros no peito e vários no rosto. A face e a cabeça da criança ficaram destruídas após serem atingidas por pelo menos 15 disparos.

Nem mesmo uma inocente ave que a criança segurava em sua mãozinha foi poupada da fúria da atiradora. Mas dessa notícia a imprensa não se ocupou.

A autora do atentado sabia o que fazia

Quem é a atiradora pouco importa, é apenas mais uma das inúmeras pessoas dominadas pelo ódio ao sagrado que buscam os seus “cinco minutos de fama”, os quais, de minha parte, não darei a ela publicando o seu nome.

O que importa não é quem fez, mas, sim, a quem foi feito: Maria Santíssima e seu Diviníssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo.

“Mas era só uma estampa, Seu Afonso! Apenas uma imagem de Nossa Senhora e do Menino Jesus, para que se estressar com isso?”.

Não, não era apenas uma estampa! E a ativista que disparou sua arma contra ela sabe muito bem disso.

Após sofrer retaliações na Suíça, onde vive, a atiradora apresentou suas desculpas e uma justificativa esfarrapada e cínica sobre o ocorrido.

Logo depois, renunciou ao cargo que ocupava no Partido Verde daquele país, o qual demonstrou preocupação com o fato de a permanência dela nos quadros de liderança trazer prejuízos à imagem da legenda.

A jovem teve a desfaçatez de alegar que “pegou um catálogo de arte e selecionou aleatoriamente um ícone de Nossa Senhora e com o Menino Jesus, sem atentar para seu significado religioso”.

Não atentou, mas correu para a internet e postou a foto de sua façanha, mostrando as sagradas faces do Menino Jesus e de Sua Santíssima Mãe crivadas de bala.

Que tipo de gente se compraz com uma coisa dessas?

Nós vivemos tempos difíceis e esse tipo de atitude tem aumentado e continua aumentando. Exemplo claro foi o sacrilégio feito com a imagem da Santa Ceia na espúria cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris.

Lá, a resposta não foi muito diferente daquela dada pela atiradora: não se tratava de uma imagem sacra, mas de uma obra de arte.

 Acontece que a representação da última ceia de Jesus com os Apóstolos, pintura de Leonardo da Vinci que pertence à Igreja, é uma das obras mais famosas e conhecidas do mundo, demonstrando o momento fundamental da instituição da Sagrada Eucaristia.

São pessoas que agem abertamente contra a nossa fé e tratam-nos como se fôssemos idiotas, que não entendem bem as coisas e veem má intenção em tudo.

Quanto à alegação de não ter percebido tratar-se de Nossa Senhora e Jesus, mesmo uma pessoa de péssima índole e habituada ao crime que estivesse praticando tiros, não deixaria de saber quem eram aquelas pessoas.

E, ainda que não se tratasse de uma representação do sagrado e fosse apenas o retrato de pessoas comuns, que tipo de gente se compraz em atirar contra a imagem de uma recatada senhora com uma criancinha no colo?

Ódio ao sagrado

Sim, a jovem política sabia exatamente o que estava fazendo e contra quem estava atirando. Seu gesto é apenas mais uma demonstração de ódio ao sagrado que corre em muitas veias. Ódio, sobretudo e principalmente, contra a imagem da puríssima Mãe de Deus.

Um ódio que teve origem no âmbito celestial quando Lúcifer vociferou: “Non serviam!” – Não servirei! – dando início a uma guerra que está muito bem explicitada nas Sagradas Escrituras e irá muito mais longe e fará mais vítimas do que o renhido conflito no Oriente Médio: “Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3, 15).

Assim a Bíblia começa e assim ela acaba, com a narrativa de uma única e mesma história que se desenrola através dos séculos. O que começa no Livro do Gênesis é concluído no Apocalipse de São João, que narra a perseguição de satanás à “Mulher revestida do sol, que tem a lua debaixo dos seus pés e, na cabeça, uma coroa de doze estrelas”, cujo Filho “que deve reger todas as nações pagãs com cetro de ferro, foi arrebatado para junto de Deus e do seu trono.” (cf. Ap 12, 1, 5).

Cada vez que uma igreja é invadida, imagens são destruídas e se fazem afrontas e pilhérias contra Deus e os santos, sobretudo contra os membros da Sagrada Família, está-se mostrando esse profundo ódio ao sagrado que, infelizmente, pulsa dentro de tantos corações.

Não é a imagem, mas o que ela representa

Os tiros dessa política da Suíça não se dirigiram a uma folha com uma gravura, assim como aqueles que chutam, picham e quebram imagens de Nossa Senhora não estão descarregando a sua ira sobre figuras inanimadas.

Eles atacam, de forma deliberada, as representações da Virgem Santíssima não porque não gostam das imagens que nos acusam de idolatrar, mas porque odeiam aquilo que elas representam.

Num mundo que se transformou num mar de depravação, no qual a sujeira do pecado escorre pelas mãos e pelos corpos, olhar aquela imagem virginal, aquele rosto puríssimo de Maria, sobretudo quando ela carrega nos braços a cândida figura do Menino Deus, é demais para eles, beira o insuportável, porque lhes dá consciência exata da feiura e gravidade dos pecados que cometem e das atrocidades que defendem.

Ateus e protestantes amam acusar-nos de “idólatras” pela nossa veneração aos Santos, cujas imagens nos lembram aqueles que admiramos.

Quando um católico se ajoelha piedosamente diante de um crucifixo ou da imagem de um Santo, não são aqueles objetos que ele está venerando; apenas se serve deles para ligar-se espiritualmente a Deus e aos Santos, da mesma forma que olhamos saudosos para a fotografia das pessoas que amamos e que estão distantes de nós.

Idolatria às avessas

Quando um descrente ataca uma imagem, como essa pobre moça fez, eles, sim, estão praticando uma “idolatria às avessas”, destilando ódio contra os ícones que nos acusam de adorar.

No entanto, ao quererem destruir todas as imagens do mundo, a nossa fé não se abalará e nem será destruída, pois Deus está vivo dentro dos corações dos fiéis, que são  templos vivos do Espírito Santo.

Quanto tempo demorará para que o alvo dessa sanha destruidora passe a ser cada um daqueles que tenta refletir o brilho divino no comportamento do dia a dia, no vestir, no falar e nas retas intenções? – “Este, (o demônio), então se irritou contra a Mulher e foi fazer guerra ao resto de sua descendência, aos que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus” (Ap, 12, 17).

Para cada tiro, uma Ave-Maria!

Quando soube dessa sessão de tiros ao alvo sagrado, fiquei triste e envergonhado diante de tamanho desrespeito e crueldade.

Tentei imaginar a imensa dor que, no Céu, a Virgem Santíssima sentiu a cada tiro que atingiu seu puríssimo peito e sua cândida face e, principalmente, a cada projétil que atingiu seu Filho, claramente o principal alvo da ativista verde que “não sabia em quem estava atirando”, mas não errou um tiro sequer!

Hoje foi essa mulher na Suíça. Ontem foram os organizadores das Olimpíadas na França. Logo mais será um humorista, um político, um anônimo. Desde que satanás foi precipitado do Céu com a terça parte dos Anjos, os filhos das trevas estão por todo lado.

Como cristãos não podemos nos furtar de fazer atos de penitência e reparação diante dessa infâmia.

Portanto, católicos, dobrem seus joelhos e rezem para reparar esse sacrilégio! Isso não aconteceu há séculos, foi na semana passada, não importa que a explosão dos pagers no Líbano tenha roubado a sua atenção!

E estejam preparados, pois muitas ações iguais ou piores do que essa vão se suceder a espaços cada vez menores.

Sobretudo, não se esqueçam de que a sua arma tem uma cruz na ponta; seu uso começa com uma profissão de fé: “Creio em Deus Pai todo-poderoso, Criador do Céu e da Terra” e termina com “Salve Rainha, Mãe de Misericórdia, vida doçura e esperança nossa, salve!” Para cada tiro, uma Ave-Maria; o Céu espera nossos atos de reparação!

 Por Afonso Pessoa

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