Ângelus: a pureza está ligada a disposições internas
No Ângelus deste domingo, 1 de setembro, o Papa Francisco destacou que a pureza não está relacionada a rituais externos, mas sobretudo à atitude interior.
Redação (01/09/2024 09:59, Gaudium Press) Diante dos fiéis reunidos na Praça de São Pedro, o Papa Francisco comentou neste domingo o Evangelho de São Marcos, em que os fariseus e escribas censuram os discípulos de Jesus por comerem “com as mãos impuras, isto é, sem lavar”. Francisco desenvolveu uma meditação sobre o “puro” e o “impuro” que, para os fariseus, estava principalmente ligado à observância de ritos e regras de comportamento. Entretanto, a pureza, segundo Jesus, “não está ligada a ritos externos, mas sobretudo a disposições interiores”, explicou Francisco.
“Para ser puro, é inútil lavar as mãos várias vezes, se alguém abriga sentimentos ruins, como ganância, inveja e orgulho, ou más intenções, como engano, roubo, traição e calúnia”, destacou o pontífice. Ele advertiu sobre o “ritualismo que não faz você crescer no bem”. Essa atitude rígida pode “levar a negligenciar, ou até mesmo justificar, em si e nos outros, escolhas e atitudes contrárias à caridade, que ferem a alma e fecham o coração”.
A verdadeira coerência da fé
Este contraste entre gestos externos e disposição interior ainda é uma fonte de ensinamento para nós hoje, explicou o Papa, enumerando uma série de incoerências: “Não se pode, por exemplo, sair da Santa Missa e, já no átrio da igreja, parar para fazer comentários malévolos e desprovidos de misericórdia sobre tudo e todos. Ou mostrar-se piedoso na oração, mas em casa tratar com frieza e distância os próprios familiares, ou negligenciar os pais idosos que precisam de ajuda e companhia”.
Nossa relação com Deus não pode, portanto, ser reduzida a gestos externos, enquanto permanecemos “interiormente impermeáveis à ação purificadora de sua graça, entregando-nos a pensamentos, mensagens e comportamentos desprovidos de amor”. Pelo contrário, somos feitos “para a verdadeira pureza”, aquela que Deus nos dá, se permitirmos que Ele remova de nós toda sombra de egoísmo, orgulho e julgamento, para nos moldar à imagem de seu Filho Jesus.
Antes de recitar a oração do Ângelus, o Papa sugeriu algumas perguntas aos fiéis: “Vivo a minha fé de modo coerente? Nos meus sentimentos, nas minhas palavras e nas minhas ações, concretizo na proximidade e no respeito pelos meus irmãos e irmãs o que digo na oração?”
Com informações Vatican news
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