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Corpo de Santa Teresa continua incorrupto após 5 séculos

Ontem foi aberto o túmulo da doutora da Igreja, durante o processo de reconhecimento canônico dos seus restos mortais.

Foto: Ordem do Carmo

Foto: Ordem do Carmo

Redação (29/08/2024 18:46, Gaudium Press) Quase cinco séculos após sua morte, ocorrida em 4 de outubro de 1582, o corpo de Santa Teresa de Ávila ainda está incorrupto. Isso foi algo que pôde ser constatado ontem, na reabertura do túmulo da Doutora da Igreja.

“Hoje o túmulo de Santa Teresa foi aberto e verificamos que se encontra nas mesmas condições da última abertura em 1914”, declarou o Postulador Geral da Ordem dos Carmelitas Descalços, Pe. Marco Chiesa, do Mosteiro Carmelita de Alba de Tormes, onde repousam os restos mortais da santa.

No momento da reabertura do túmulo e da observação dos restos mortais, “a comunidade das Mães Carmelitas Descalças, juntamente com o Postulador Geral da Ordem, os membros do tribunal eclesiástico e um pequeno grupo de religiosos, transferimos os relicários com austeridade e solenidade para o local designado para o estudo. Fizemos isso cantando o Te Deum com o coração cheio de emoção”, contou o Pe. Miguel Ángel González, prior carmelita de Alba de Tormes.

A reabertura do túmulo ocorre no âmbito do reconhecimento canônico dos restos mortais de Santa Teresa, solicitado em 1º de julho ao Vaticano pelo Bispo de Salamanca. O processo de estudo do corpo, do coração, de um braço e de uma mão, esta última preservada na cidade espanhola de Ronda e que foi levada a Alba de Tormes para pesquisa, será concluído até 31 de agosto.

Para chegar ao corpo de Santa Teresa, a laje de mármore foi primeiro removida do túmulo. Em seguida, em uma sala destinada para estudos e com a presença exclusiva da equipe científica e dos membros do tribunal eclesiástico, o túmulo de prata foi aberto. A abertura do túmulo contou também com a assistência de dois ourives. Ademais, de acordo com a diocese de Ávila, foram necessárias 10 chaves para abrir o túmulo.

“As três que estão guardadas em Alba de Tormes, as três que o duque de Alba lhes emprestou e as três que o padre geral [carmelita descalço] guarda em Roma, além da chave do rei. Três dessas chaves são para abrir a grade externa; outras três, para abrir a tumba de mármore e as outras quatro são para abrir a urna de prata”.

Primeiros resultados da análise

O Pe. Chiesa notou no corpo da Santa “a presença de espinhos calcários que tornam quase impossível caminhar. Mas ela caminhou. Chegou a Alba de Tormes e, depois, morreu, mas seu desejo era continuar a seguir em frente, apesar dos defeitos físicos”.

O Postulador Geral dos Carmelitas Descalços sublinha que as imagens preservadas do reconhecimento de 1914 são em preto e branco, por isso “é difícil fazer uma comparação”, embora “as partes descobertas, que são o rosto e o pé, sejam iguais às de 1914”. “Não tem cor, não tem cor da pele, porque a pele está mumificada, mas dá para ver, principalmente no meio do rosto. Vê-se bem. Os médicos especialistas veem o rosto de Teresa quase claramente”.

Etapas do processo de reconhecimento

O processo de reconhecimento canônico dos restos mortais de Santa Teresa consiste em três etapas.

Na primeira, que acontece até 31 de agosto, uma equipe liderada pelo Dr. José Antonio Ruiz de Alegría, de Madri, fará fotos e radiografias, além de limpar adequadamente os relicários.

A segunda etapa será em laboratórios na Itália por alguns meses para depois serem redigidas as conclusões científicas. Por fim, e em uma terceira etapa, serão propostas algumas intervenções para melhor preservar os restos mortais.

Antes do encerramento definitivo, será concedido um tempo adequado para que as relíquias de Santa Teresa possam ser veneradas.

A incorrupção que agora se verifica do corpo de Santa Teresa já foi contemplada na abertura do túmulo em 1914, que por sua vez endossou o que foi encontrado na abertura de 1750.

Com informações  Aciprensa.

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