Ex-guarda suíço a caminho do sacerdócio
Sua motivação para servir ao Papa e à Igreja era principalmente de natureza religiosa.
Redação (09/08/2024 15:58, Gaudium Press) O portal de notícias Vatican News relata uma entrevista com Didier Grandjean, 34 anos, que trocou seu emprego de suboficial da Guarda Suíça por uma vocação ao sacerdócio no seminário de Freiburg.
Nascido e criado em uma família religiosa no Cantão de Friburgo, na Suíça, – região que abriga uma das quatro faculdades teológicas católicas da Suíça, juntamente com Lucerna, Chur e Lugano, e é muitas vezes referida como a “Roma da Suíça” – Grandjean é formado em paisagismo e serviu na Guarda Suíça Pontifícia de 2011 a 2019.
A imersão no mundo do Vaticano permitiu a Grandjean aprofundar e fortalecer ainda mais sua fé. Porém, houve algo que o tocou profundamente e que o fez perceber que sua vocação seria o sacerdócio:
“Durante meu serviço, houve um momento decisivo: o conclave de 2013. Foi impressionante ver como esse evento foi significativo, tanto histórica quanto espiritualmente. Estavam acontecendo coisas maiores do que nós mesmos. Estávamos lá para servir e acompanhar esse processo, e foi impressionante testemunhar a grandeza da Igreja e sua natureza sobrenatural além das fraquezas humanas. Isso me impressionou e me comoveu profundamente. O contato com os dois papas, Bento XVI e Francisco, também foi muito formativo”.
Quando terminou seu serviço na guarda pontifícia, entrou no seminário. Ou melhor, ele deixou a guarda para entrar no seminário de Friburgo. Agora ele usa “uma espécie de uniforme, mas não tão colorido”, brinca.
Grandjean acredita haver pontes entre a vida na Guarda Suíça e a de um seminarista: “Em primeiro lugar, a consciência do serviço é importante, seja na Guarda Suíça, no seminário ou como sacerdote. O serviço está no centro, essa é a mensagem principal”.
Sua vocação foi definida progressivamente:
“A palavra ‘vocação’ vem de ‘vocare’, que significa ‘chamar’ em latim. É um chamado, algo que você sente por dentro. Para mim, esse chamado se desenvolveu gradualmente. Não foi uma iluminação repentina. Acho que varia de pessoa para pessoa, mas para mim foi um processo gradual em que percebi que Deus estava me chamando para outra coisa”, diz Didier.
Para ele, a “disciplina desempenha um papel não apenas em um contexto militar, como na Guarda Suíça, mas também na vida de oração de um padre. Um padre reza a Liturgia das Horas e, às vezes, a oração se assemelha a uma luta”. “Mas a verdadeira essência da disciplina está no serviço altruísta, o paralelo central entre o uniforme e a batina”, sublinha Didier Grandjean.
Agora ele desenvolverá a sua missão no ministério sagrado.
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