Cardeal O’Malley solicita ao Vaticano que deixe de usar obras artísticas de Rupnik
Cinco mulheres, alegando terem sido vítimas de abuso por parte do ex-jesuíta Rupnik, escreveram cartas aos bispos católicos em todo o mundo, pedindo-lhes que retirassem os característicos mosaicos criados por ele.
Redação (30/06/2024 10:02, Gaudium Press) O Cardeal Sean O’Malley, Presidente da Pontifícia Comissão para a Proteção dos Menores (PCPM) – órgão do Vaticano encarregado de combater os abusos –, dirigiu-se aos dicastérios da Cúria Romana, solicitando que seja adotada a prudência pastoral, evitando a exposição de obras de arte que possa sugerir a exoneração ou defesa indireta dos supostos autores de abuso, ou demonstrar indiferença à dor e ao sofrimento de tantas vítimas de abuso.
Atualmente, o Dicastério para a Doutrina da Fé está conduzindo uma investigação sobre alegações de abuso psicológico e sexual, envolvendo várias mulheres consagradas, cometidos pelo Padre Rupnik, que foi expulso da Companhia de Jesus em junho de 2023.
Com efeito, cinco mulheres, que alegam ter sido abusadas pelo ex-jesuíta Rupnik, endereçaram cartas a bispos católicos de todo o mundo pedindo que retirassem os mosaicos característicos de sua autoria de suas igrejas, já que sua exposição é “inapropriada” e “traumatizante” para elas e para o resto das vítimas de abuso.
A carta do Cardeal O’Malley é vista como uma reação à afirmação feita pelo prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruggini, justificando o uso de imagens das obras de Rupnik na página do site Vatican News.
O caso Rupnik rapidamente se tornou o mais notório a ser registado dentro da Igreja, desde a eclosão do escândalo no final de 2022. O caso ganhou destaque devido à popularidade do sacerdote, cujos mosaicos estão presentes em várias partes do mundo, e ao envolvimento de diversas ex-religiosas. Apesar do silêncio aparente, há diversos círculos que seguem atentamente o processo no Dicastério para a Doutrina da Fé.
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