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Papa Francisco: a redução da dependência de drogas não pode ser alcançada através da liberalização do seu consumo

Por ocasião da celebração do Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas, o Papa Francisco, em sua catequese nesta quarta-feira, 26 de junho, abordou a trágica realidade da dependência de drogas.

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Redação (27/06/2024 10:33, Gaudium PressNa Audiência Geral desta quarta-feira, o Papa Francisco excepcionalmente não continuou o ciclo de catequese sobre o Espírito Santo, mas se concentrou em um tema: a luta contra a toxicodependência. Ele enfatizou que “tendo conhecido tantas histórias trágicas de toxicodependentes e suas famílias, estou convencido de que é um dever moral pôr fim à produção e ao tráfico destas substâncias perigosas. Este flagelo, que produz violência e semeia sofrimento e morte, exige um ato de coragem por parte de toda a sociedade”.

Francisco observou que o vício em drogas “empobrece a comunidade. Diminui a força humana e a fibra moral. Prejudica os valores estimados. Destrói a vontade de viver e de contribuir para a criação de uma sociedade melhor”.

Analisando a situação dos usuários de drogas, o papa frisou que eles continuam tendo uma dignidade enquanto pessoas filhas de Deus”, e “cada toxicodependente traz consigo uma história pessoal diferente, que deve ser ouvida, compreendida, amada e, na medida do possível, sanada e purificada”.

Responsabilidade dos traficantes

O Papa deixou claro que a dependência de drogas não será reduzida com a liberalização do uso de drogas, como foi proposto, ou já implementado, em alguns países. Denunciando as “intenções e ações maliciosas dos distribuidores e traficantes de drogas”, Francisco citou as severas palavras de Bento XVI durante uma visita a uma comunidade terapêutica: “Digo aos traficantes de drogas que pensem no mal que estão provocando a uma multidão de jovens e adultos de todos os segmentos da sociedade: Deus os chamará para prestar contas do que fizeram. A dignidade humana não pode ser espezinhada dessa forma”.

O pontífice criticou a atuação dos narcotraficantes, convidando também a “rezar por esses criminosos que fornecem drogas aos jovens. São criminosos, assassinos, rezemos pela sua conversão”.

Prevenção

O Santo Padre também destacou a importância da prevenção. “Outra forma prioritária de combater o abuso e o narcotráfico é a prevenção, que se faz promovendo maior justiça, educando os jovens para os valores que constroem a vida pessoal e comunitária, acompanhando quem está em dificuldade e dando esperança para o futuro.”

O Papa recordou ainda a atividade da Igreja neste campo, “sinto-me confortado pelos esforços empreendidos por diversas Conferências Episcopais para promover legislação e políticas justas relativas ao tratamento das pessoas dependentes do consumo de drogas e à prevenção para deter este flagelo”.

E por fim, Francisco fez um apelo: “também nós somos chamados a agir, a parar diante de situações de fragilidade e de dor, a saber escutar o grito da solidão e da angústia, a inclinar-nos para levantar e reconduzir a uma nova vida aqueles que caem na escravidão das drogas”.

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