Como a dissolução da Assembleia Nacional da França está impactando a instalação de vitrais contemporâneos em Notre-Dame?
Com a dissolução da Assembleia Nacional da França, o projeto que visa a instalação de vitrais contemporâneos na catedral de Notre-Dame de Paris pode sofrer alterações de datas
Redação (20/06/2024 12:50, Gaudium Press) No último domingo, 9 de junho, o presidente da França, Emmanuel Macron, decidiu pela dissolução da Assembleia Nacional. Tal decisão política acarreta a interrupção, ao menos temporária, de vários projetos de lei.
Entre os projetos que foram paralisados está o de instalação de seis vitrais contemporâneos que substituirão os antigos vitrais da Catedral de Notre-Dame, um projeto que está a cargo do Ministério da Cultura. O objetivo do projeto é substituir os vitrais instalados no século XIX por Eugène Viollet-le-Duc, criando um novo conjunto de vitrais contemporâneos que representem o episódio de Pentecostes, conforme descrito nos Atos dos Apóstolos.
Inicialmente, a ideia da instalação de novos vitrais foi proposta pelo Arcebispo de Paris, Dom Laurent Ulrich, e acolhida pelo presidente francês, Emmanuel Macron, que lançou um concurso para a criação de seis novos vitrais. Esses novos vitrais visam substituir os vitrais criados por Viollet-le-Duc e deixar uma “marca do século XXI” na catedral.
Mais de uma centena de artistas se apresentaram após o lançamento do concurso, porém, apenas cinco deveriam ser pré-selecionados na terceira semana de junho. Todavia, com a dissolução da Assembleia Nacional, a seleção dos candidatos foi adiada.
O projeto de substituição e instalação dos vitrais contemporâneos está previsto para terminar em 2025. Os seis vitrais contemporâneos serão instalados nas capelas laterais da catedral e representarão os versículos dos Atos dos Apóstolos que narram a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos.
Contudo, o projeto de substituição dos vitrais de Viollet-le-Duc por vitrais contemporâneos não foi recebido sem controvérsias. Uma petição lançada pela La Tribune de l’Art reuniu mais de 130.000 assinaturas. Os opositores argumentam que os vitrais não foram danificados durante o incêndio de 2019 e denunciam uma incoerência em querer alterar os vitrais de um patrimônio cultural mundialmente conhecido.
Em 1937, um projeto para substituir os vitrais de Viollet-le-Duc foi lançado. O concurso reuniu doze artistas, mas o projeto foi abandonado no início da Segunda Guerra Mundial. (FM)
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