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Sacerdote mártir do comunismo beatificado na Polônia

Neste sábado, 15 de julho, o Cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério das Causas dos Santos, presidiu a beatificação do sacerdote mártir comunista Michał Rapacz (1904-1946), no Santuário da Divina Misericórdia de Łagiewniki, na Cracóvia.

Foto: Vatican News/EpiskopatNews

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Redação (15/06/2024 19:17, Gaudium Press) O testemunho de Michał Rapacz, sacerdote e mártir, é adicionado à série de santos e beatos que honraram a Igreja de Cracóvia desde a época de Santo Estanislau. “A beatificação de hoje é um sinal de consolação por parte de Deus, num tempo ainda ferido pela violência e pela guerra em muitas partes do mundo, e não muito longe daqui”, ressaltou o prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos em sua homilia. O sacerdote polonês foi assassinado por odium fidei – por ódio à fé – em 1946 pelos comunistas.

Martírio do Pe. Michał Rapacz

O Pe. Michał Rapacz nasceu em 1904 e em 1926 ingressou no Seminário Superior de Cracóvia. Foi ordenado sacerdote em 1 de fevereiro de 1931, e nos anos de 1931 a 1933 trabalhou como vigário em Płoki, e depois em Rajcza nos anos de 1933-1937.

O zeloso ministério do Pe. Michał Rapacz tornou-se a causa do assédio das autoridades comunistas contra a sua pessoa. No entanto, durante um dos seus sermões, o Pe. Rapacz declarou: “mesmo que eu caia morto, não deixarei de anunciar este Evangelho e não renunciarei à minha própria cruz”.

No final da guerra, em uma Polônia sob o jugo stalinista soviético, em 11 de maio de 1946, pouco antes da meia-noite, um grupo de 20 homens armados atacou a reitoria de Płoki, sequestrando o Padre Michał e matando-o em uma floresta próxima. O corpo foi encontrado na manhã do dia 12 de maio por fazendeiros que levavam o gado para o pasto. Ele tinha 42 anos de idade. Os autores do crime nunca foram identificados. De fato, a investigação foi realizada com métodos típicos do regime comunista, visando ocultar a realidade dos fatos e, principalmente, o motivo.

Eucaristia: fundamento da vida

Meditando sobre a Eucaristia como sacramento da misericórdia, o cardeal italiano quis sobretudo encorajar os jovens a abraçar o Evangelho com todo o seu ser, seguindo o exemplo do Beato Michał Rapacz. “Em pouco mais de 40 anos de vida, amadureceu a maior sabedoria: a de saber discernir a quem entregar todo o seu ser”, disse o cardeal Semeraro, lembrando que no “sim sacerdotal” do beato Michael Rapacz ecoa o “sim” de Jesus Cristo.

Com efeito, a Eucaristia foi o fundamento de sua vida como homem de Deus. “Difundir o amor de Cristo presente no Pão consagrado foi para ele o único antídoto eficaz contra o ateísmo, o materialismo e todas as visões do mundo que ameaçam a dignidade humana”, assegurou o cardeal.

“Da celebração da Santa Missa e da adoração ao Santíssimo Sacramento, ele extraiu força e energia interiores, capazes de transformar a vida e o mundo, a vida cotidiana e a história”, enfatizou o Cardeal Semeraro, apontando para a profunda espiritualidade do novo beato polonês.

E o Cardeal Semeraro contou que todas as noites, segundo documentos e testemunhos, o sacerdote entrava na igreja, colocava-se em frente ao tabernáculo, prostrava-se no chão em forma de cruz e, ali, o status animarum de seus paroquianos se tornava seu livro de orações, intercedendo por cada um e pelas famílias de sua comunidade. “Deste modo, Michał Rapacz ensina-nos que a Eucaristia não é apenas a fonte do bem, mas que é também a sua realização, porque nela a agitação do homem, a sua busca e todas as suas necessidades, encontram refúgio”.

Com informações Vatican News

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