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Deslocamento mundial atinge recorde histórico

De acordo com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), mais de 120 milhões de pessoas estão atualmente em situação de deslocamento forçado. Esse total é aproximadamente equivalente à população do Japão.

Foto: UK Department for International Development — Working with UNHCR to help refugees in South Sudan

Foto: UK Department for International Development — Working with UNHCR to help refugees in South Sudan

Redação (13/06/2024 10:30, Gaudium Press) O último Relatório de Tendências Globais Deslocamento Forçado, da Agência da ONU, divulgado nesta quinta-feira, revelou um aumento significativo no número de pessoas que foram forçadas a se deslocar, com a estatística se tornando o dobro do que era há uma década.

Um aspecto crucial desse contexto está na proliferação de conflitos violentos em diversas regiões do mundo. O Sudão é um exemplo, onde, até o final de 2023, um total de 10,8 milhões de pessoas fugiram devido à violência no país. Milhões de outros foram deslocados devido aos conflitos na República Democrática do Congo e em Mianmar. Em Gaza, até o final do ano passado, 1,7 milhões de pessoas foram forçadas a se deslocar. A crise na Síria, por sua vez, resultou no deslocamento de 13,8 milhões de pessoas, configurando a maior crise em termos de deslocamento.

“Por trás dessas cifras brutais e crescentes, estão inúmeras tragédias humanas. Esse sofrimento deve impulsionar a comunidade internacional a agir urgentemente para abordar as causas do deslocamento forçado”, ressaltou Filippo Grandi, Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados.

O relatório aponta um aumento no número de refugiados e pessoas em busca de proteção, totalizando 43,4 milhões. Em sua maioria, os refugiados encontram-se abrigados em países vizinhos, com 75% vivendo em nações de baixa e média renda.

Contudo, o crescimento mais significativo nos índices de deslocamento global foi observado entre indivíduos que fogem de conflitos e permanecem dentro de seus próprios países, totalizando 68,3 milhões, de acordo com informações do Observatório de Deslocamento Interno. Isso indica um aumento de quase 50% em um período de cinco anos.

Dado positivo

O relatório indicou que, em 2023, mais de 5 milhões de indivíduos deslocados internamente e 1 milhão de refugiados retornaram para casa, o que demonstra um progresso em direção a soluções de longo prazo. Além disso, houve um aumento nas chegadas por reassentamento, alcançando 154.300 em 2023.

“Os refugiados e as comunidades que os acolhem precisam de solidariedade. Todos eles podem contribuir para a sociedade, e de fato contribuem, quando há inclusão”, frisou Grandi. Ele destacou também a existência de soluções, como a abordagem de integração de refugiados adotada por países como o Quénia, ressaltando a necessidade de um verdadeiro e firme comprometimento neste sentido.

Anualmente, o ACNUR divulga dois relatórios estatísticos sobre o deslocamento global: o Relatório de Tendências Globais e o Relatório de Tendências Semestral. O Relatório de Tendências Globais, divulgado todos os anos em junho, analisa as mudanças e tendências nas populações deslocadas durante o ano civil anterior (de 1 de janeiro a 31 de dezembro). Este relatório contém dados relevantes sobre o número global de refugiados, solicitantes de asilo, pessoas deslocadas internamente e apátridas, bem como os principais países de acolhimento e origem.

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