Padre Romanelli retorna a Gaza: um relato da tragédia

O sacerdote argentino é o único pároco em Gaza. Encontrava-se em Belém quando o conflito teve início, o que o manteve afastado do seu rebanho por 7 meses.

Redação (28/05/2024 09:33, Gaudium Press) O sacerdote argentino Gabriel Romanelli, membro do Instituto do Verbo Encarnado e único pároco católico em Gaza, finalmente pôde retornar à sua paróquia após uma ausência de sete meses, pois se encontrava em Belém quando o conflito começou.

Agora de volta, ele compartilha sua tristeza ao constatar que muitos dos que eram seus fiéis estão mortos.

Ele agradece imensamente o apoio que lhe foi dado durante todo esse período. “Pude voltar à minha paróquia, Sagrada Família em Gaza. É difícil descrever meus sentimentos porque sou missionário em Gaza, há quase 19 anos, e agora, quando finalmente pude voltar, muitos  daqueles que eu conhecia e que eram meus fiéis já não estão mais aqui”, relata o sacerdote à Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

Apesar disso, ele permanece firme em sua determinação de trabalhar e fazer o possível para amenizar o sofrimento: “Quero ficar aqui porque essa é a minha missão”, declara o missionário. “Embora eu possa ser chamado para servir em outro lugar no futuro, estou convencido de que, por ora, meu dever como sacerdote e pastor é estar aqui, oferecendo ajuda de todas as maneiras possíveis”.

O Pe. Gabriel lamenta “a perda de 36 pessoas da comunidade cristã, 20 das quais foram vítimas de bombardeios do exército israelense ou de disparos de franco-atiradores. Os demais faleceram principalmente devido à falta de medicamentos”. Ele destaca a triste perda de uma criança do orfanato de Madre Teresa. “É doloroso, mas, ao mesmo tempo, sabemos que eles estão com Deus. Eles estão presentes no Céu para interceder pela paz, justiça e perdão dos pecados, por todos nós e pelos envolvidos na guerra”.

O sacerdote expressa sua gratidão às organizações como a Ajuda à Igreja que Sofre e o Patriarcado Latino de Jerusalém por facilitarem a entrega de uma ajuda tão necessária. Padre Gabriel destaca que “a situação nas cidades é terrível, sem uma única estrutura que não tenha sido danificada. Aqui na paróquia, temos cerca de 500 refugiados. Desses, aproximadamente 50 estão sob os cuidados das Irmãs da Madre Teresa, principalmente crianças. Além disso, prestamos assistência a milhares de moradores locais, oferecendo água, comida e remédios”.

Com informações  ACN Colômbia