Varsóvia é a primeira cidade da Polônia que proíbe oficialmente a cruz em locais públicos
As novas normas também determinam que todos os eventos promovidos pelo governo mantenham um caráter secular, sem oração, culto ou pregação.
Redação (23/05/2024 11:45, Gaudium Press) O prefeito de Varsóvia, capital da Polônia, Rafał Trzaskowski assinou um decreto proibindo a exibição de símbolos religiosos nos espaços públicos de Varsóvia. O prefeito citou a Lei sobre Garantias da Liberdade de Consciência e de Religião: “A República da Polônia é um Estado laico, neutro em matéria de religião e crenças”.
Assim, Varsóvia torna-se a primeira cidade na Polônia a proibir a exibição de símbolos religiosos em repartições públicas. Esta medida implica a remoção de cruzes e outros símbolos religiosos das paredes e mesas dos funcionários, estendendo-se a símbolos associados a qualquer religião. Esta obrigatoriedade aplicar-se-á a todas as instalações na capital, mas os funcionários poderão usar símbolos religiosos individualmente, como medalhas ou pulseiras.
Além disso, como informa o jornal Gazeta Wyborcza, “todos os eventos organizados pelo governo devem ter um caráter secular – sem oração, culto ou pregação”. Monika Beuth, porta-voz da prefeitura, declarou que as mudanças são “mais um passo na construção de uma cidade que se preocupa com todos os seus moradores”. “Varsóvia é a primeira cidade da Polônia a adotar tal documento”, enfatizou.
No entanto, muitos poloneses e políticos estão indignados: “Os bolcheviques não conseguiram descristianizar e os neobolcheviques não terão sucesso”. “A cruz não ofende ninguém. O cristianismo é o fundamento da civilização ocidental. O catolicismo está inseparavelmente ligado à cultura e à identidade polonesas. A Igreja cumpriu não só missões escatológicas, mas também patrióticas. Isso é óbvio”, escreveu Tobiasz Bocheński, ex-candidato à prefeitura de Varsóvia. “O prefeito de Varsóvia, fingindo lutar pela igualdade, entra em guerra ideológica em nome do fanatismo esquerdista. É uma pena que o Sr. Trzaskowski não tenha tido a coragem, durante a campanha para o governo local, de fazer uma promessa de jogar fora as cruzes dos locais de trabalho”, acrescentou.
Outros dois políticos, Michał Dworczyk e Janusz Kowalski, organizaram uma reunião sobre este assunto: “Em nossa opinião, o prefeito Trzaskowski violou diretamente o artigo 53 da Constituição, que afirma que a liberdade religiosa inclui a liberdade de professar ou adotar uma religião de sua própria escolha e de manifestá-la individualmente ou com outros, em público ou em particular. Portanto, vamos pedir ao governador que revogue essa portaria, e se isso não acontecer, tomaremos outras medidas legais para que este decreto seja abolido”.
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