São Marcos Evangelista e Mártir
São Marcos, cuja festa a Igreja celebra no dia 25 de abril, foi discípulo de São Pedro, que o chama “meu filho”, é o autor do segundo Evangelho. Acompanhou São Paulo e São Barnabé na viagem a Antioquia e na missão de Chipre.
Redação (25/04/2024 08:35, Gaudium Press) O Evangelista Marcos, sacerdote da tribo de Levi, foi, pelo Batismo, filho do Apóstolo Pedro de quem era discípulo na palavra divina. Quando ele acompanhou São Pedro a Roma, onde este pregava, os fiéis da cidade pediram a São Marcos que escrevesse o Evangelho de forma a perpetuá-lo na memória de todos. Ele pôs por escrito tudo o que ouvira de seu mestre, São Pedro, que examinou o relato com cuidado e, vendo que era pleno de verdade, aprovou-o e julgou-o digno de ser recebido por todos os fiéis. […]
Marcos foi enviado por São Pedro a Alexandria para pregar a palavra de Deus. Logo depois de entrar na cidade, conforme relata Fílon, judeu muito eloquente, juntou-se uma multidão unida pela fé, pela devoção e pela continência. […] Pedro Damiano diz a seu respeito: “Tão grande foi sua influência em Alexandria, que todos os que acorriam para ser instruídos nos rudimentos da fé logo estavam praticando a continência e todo gênero de boas obras, parecendo uma comunidade de monges. Esse resultado devia-se menos aos milagres e à eloquência de suas prédicas do que a seus exemplos.” E acrescenta que, após a morte, o corpo dele foi levado de volta para a Itália, a fim de que a terra na qual escrevera o Evangelho tivesse a honra de possuir seus sagrados despojos. “Feliz Alexandria, que foi banhada por seu sangue glorioso, feliz Itália, por possuir o tesouro de seu corpo!”
Conta-se que Marcos era dotado de tamanha humildade, que cortou o polegar para que não pudesse ser ordenado sacerdote, mas prevaleceu a autoridade de São Pedro que o escolheu para Bispo de Alexandria. […]
Seu glorioso martírio
Os sacerdotes dos templos planejaram prendê-lo e, no dia de Páscoa, quando o bem-aventurado Marcos celebrava Missa, entraram na igreja, amarraram-lhe uma corda no pescoço e arrastaram-no por toda a cidade, dizendo: “Levemos o búfalo ao matadouro.” Sua carne e seu sangue espalharam-se pelo chão e cobriram as pedras. Em seguida, foi colocado numa prisão, onde um anjo o consolou e o próprio Senhor Jesus Cristo dignou-se visitá-lo, dizendo para confortá-lo: “A paz esteja contigo! Marcos, meu Evangelista, nada temas, porque estou aqui para levar-te comigo.”
Chegada a manhã, puseram outra vez uma corda no seu pescoço e o arrastaram de um lado para outro, gritando: “Levemos o búfalo ao matadouro.” No meio desse suplício, Marcos dava graças a Deus dizendo: “Entrego meu espírito em tuas mãos.” E pronunciando estas palavras, expirou. […]
Como os pagãos queriam queimar seu corpo, de repente o ar ficou turvo, começou uma tempestade, caiu granizo, explodiram trovoadas, faiscaram relâmpagos. Todo mundo fugiu, deixando intacto o corpo do santo, que os cristãos recolheram e sepultaram na igreja com toda a reverência.
São Marcos tinha nariz comprido, sobrancelhas baixas, belos olhos, ligeiras entradas no cabelo, barba espessa. Era homem de boas maneiras e de meia-idade. Seus cabelos começavam a branquear. Era afetuoso, comedido e cheio da graça de Deus.[1]
[1] VARAZZE, Jacopo de. Legenda áurea: vidas de santos. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. p. 371-373.
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