Dever de pastor e dever de ovelha
Ninguém escapa à regra. Sendo pastor ou ovelha, qual a nossa obrigação?
Redação (21/04/2024 11:57, Gaudium Press) A liturgia deste 4º domingo da Páscoa evoca duas figuras cativantes: o pastor e as ovelhas.
Ora somos pastores, ora ovelhas.
Quando Deus criou o mundo, fê-lo de tal modo que a relação entre os seres criados reflete aspectos de índole sobrenatural, como, por exemplo, as evocativas imagens do pastor e das ovelhas.
Com efeito, no curso de nossa vida, podemos ser comparados ora com a ovelha ora com o pastor. Inclusive pode acontecer de ambas realidades se aplicarem à mesma pessoa num só tempo.
No entanto, quando somos “ovelha” e quando somos “pastor”?
Sempre que exercemos autoridade sobre outrem, legitimamente, como por exemplo enquanto pai ou uma mãe de família, patrão, etc., somos pastores; e, ao contrário, sempre que temos uma autoridade acima de nós, somos ovelhas.
Pastores ou ovelhas, o que realmente importa? Importa, acima de tudo, cumprirmos o nosso dever.
O dever do pastor
O pastor é antípoda do mercenário, o qual não é dono do redil, e por isso abandona-o fugindo diante do lobo, porque não se importa com as ovelhas. Ao contrário, o verdadeiro pastor conhece cada uma de suas ovelhas e por elas dá sua vida.
Nos momentos em que o encargo de pastor pesa sobre nossos ombros, como agimos? Estamos dispostos a dar nossa vida pelas nossas ovelhas? Ou seja, a nos sacrificarmos por aqueles que estão sob nossos cuidados, deixando de fazer o que nós gostaríamos de fazer, saindo da nossa “zona de conforto”, para beneficiar o próximo? Não é fácil…
Sem dúvida, o verdadeiro amor se demonstra quando estamos dispostos a abrir mão de nossos interesses pessoais, uma vez que amar é sofrer pelo outro com alegria.
Assim sendo, o pastor deve zelar pela integridade física e espiritual de suas ovelhas. Por isso, os pais devem estar atentos às más influências que possam aproximar-se de seus filhos, por meios de colegas ou companheiros indevidos, e quantas outras coisas…
É preciso, pois, estar de atalaia em face ao lobo que fareja o redil.
Conta-se que os antigos pastores se punham de pés de pau para, assim elevados, vigiarem o rebanho com mais eficácia. Vigilância, eis uma característica fundamental do pastor.
E as ovelhas, como devem se comportar?
Segurança em Deus
O Salmo responsorial nos dá a resposta: é melhor buscar refúgio no Senhor do que pôr no ser humano a esperança. Assim o fez São Pedro, como relata a 1ª Leitura de hoje. Sendo autêntica ovelha do rebanho de Jesus Cristo, soube buscar seu refúgio no Senhor em vez de contar com os poderosos deste mundo, por isso se transformou em verdadeiro leão diante dos lobos que antes o amedrontavam. Tal coragem não proveio de suas próprias forças, mas das graças derramadas pelo Espírito Santo, das quais o apóstolo tornou-se cheio.
Portanto, que a Virgem Maria vele por nós em ambas situações, como ovelhas ou pastores: que ela nos ajude a zelar por aqueles que nos foram confiados, se somos pastores; e, quando ovelhas, a não colocarmos nossa segurança em nossas próprias forças, mas sempre no auxílio divino.
Por Rodrigo Siqueira
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