Procissões de Semana Santa são proibidas na Nicarágua
Cerca de 4.800 procissões de Semana Santa foram proibidas ao redor do país pelo governo da Nicarágua em 2024
Redação (26/03/2024 12:00, Gaudium Press) Os católicos da Nicarágua enfrentam, pelo segundo ano consecutivo, uma onda de restrições impostas pelo governo em relação às procissões da Semana Santa no país. Sob a ditadura de Daniel Ortega e Rosario Murillo, milhares de processões foram proibidas, totalizando cerca de 4.800 procissões, incluindo as vias sacras das sextas-feiras durante a Quaresma, segundo informações da advogada Martha Patricia Molina, que documenta as agressões e perseguições de Ortega contra a Igreja Católica.
A Dra. Martha Patricia Molina é uma crítica do governo ditatorial de Ortega e Murillo e documenta desde 2018 os atos de perseguição e hostilidade em relação à Igreja Católica em um relatório intitulado “Uma Igreja Perseguida”. Entre as procissões proibidas em 2024 estão as tradicionais procissões do Domingo de Ramos, da Semana Santa e das Sextas-feiras da Quaresma, como o tradicional Via Crucis penitencial de Manágua, que normalmente conta com a participação de centenas de fiéis.
Muitas igrejas e comunidades estão optando por procissões menores e intra muros, ou seja, dentro do próprio recinto da igreja. Outras igrejas ou capelas substituem as procissões pela recitação do rosário ou pela vigília de alguma imagem piedosa da Semana Santa. No entanto, mesmo essas atividades não estão imunes à interferência do governo. Segundo o relatório, algumas procissões que inicialmente estavam permitidas foram suspensas na última hora pela polícia, sob ameaça de prisão para os participantes.
Desde 2018, o regime de Ortega vem sendo acusado de violações dos direitos humanos e perseguição religiosa. O governo já prendeu e expulsou religiosos, apropriou-se dos bens e imóveis da Igreja e de ordens religiosas e decretou o fechamento de várias instituições de ensino católicas. (FM)
Deixe seu comentário