Para a Quaresma, a melhor e a mais curta penitência
Em um sermão na Quarta-feira de Cinzas, o Santo Cura d’Ars proferiu graves palavras a seus ouvintes. Também a nós elas se aplicam, e nos levam a repensar o sentido que damos à penitência.
Redação (14/03/2024 16:41, Gaudium Press) Por que, meus irmãos, sentimos tanta repugnância pela penitência e tão pouca tristeza por nossos pecados? Infelizmente, porque não conhecemos os ultrajes que o pecado inflige a Jesus Cristo, nem os males que ele nos prepara para a eternidade.
Estamos convencidos de que, depois do pecado, é necessário fazer penitência irremediavelmente. Mas vejam o que fazemos: guardamos para depois, como se fôssemos donos do tempo e das graças de Deus. Ai de nós, meus irmãos, quem de nós, estando em pecado, não tremerá por saber que não temos um momento certo? […]
O que devemos tirar disso, meus irmãos? Já que é necessário, de toda necessidade, chorar por nossos pecados e fazer penitência — neste mundo ou no outro — escolhamos a menos rigorosa e a mais curta: [a deste mundo!]
Que pena, meus irmãos, chegar à hora da morte sem ter feito nada para satisfazer a justiça de Deus! Que desgraça ter perdido tantos meios como os que tínhamos: quando, sofríamos algumas misérias, se as tivéssemos aceitado por Deus, elas nos teriam merecido o perdão! Que desgraça ter vivido no pecado, sempre esperando ser libertados dele, e morrer sem tê-lo feito! Vamos, então, seguir outro caminho que será mais consolador para nós naquele momento: deixemos de fazer o mal; comecemos a lamentar nossos pecados e soframos tudo o que o bom Deus quiser nos enviar […], para que possamos ter a alegria de nos unirmos a Ele por toda a eternidade. É isso que vos desejo.
Extraído de: VIANNEY, João Batista Maria. Sermones Escogidos. Sevilla: Editorial Apostolado Mariano, 2009, T. I, p. 209-235. (Tradução Thiago Resende).
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