Santa Rosa de Viterbo enfrenta o imperador
O Imperador Frederico II jamais suspeitaria que uma jovem de 12 anos se tornaria uma de suas adversárias mais temidas.
Redação (06/03/2024 11:48, Gaudium Press) Hoje a Igreja celebra Santa Rosa de Viterbo, uma humilde filha de camponeses italianos, que foi batizada com o nome de Rosa.
Desde criança, Rosa possuía um brilho que encantava as pessoas ao seu redor.
Quando ela adoeceu aos oito anos, teve um sonho onde Nossa Senhora apareceu, dizendo-lhe que usasse o hábito de São Francisco, mas sem sair de casa, onde deveria ser um grande exemplo à família e ao próximo, tanto por palavras quanto por ações.
Após se recuperar, Rosa contou o seu sonho e recebeu o hábito de penitente, adotando uma vida de piedade e contemplação centrada nos sofrimentos de Cristo e na ingratidão dos pecadores diante de seu Sangue derramado.
Rosa não imaginava, entretanto, o grande papel que a Providência lhe reservava na história da humanidade.
Ao ser excomungado pela segunda vez pelo Papa Gregório IX, o ambicioso imperador Frederico II de Hohenstaufen decidiu iniciar uma campanha militar para conquistar os Estados Papais.
Quando seus exércitos invadiram Viterbo, Rosa, inspirada por uma força mística, com apenas 12 anos, incitou o povo a lutar contra o imperador e a expulsar os partidários de Frederico II da cidade.
A pregação de Rosa surtiu efeito e multidões cercaram sua casa para ouvi-la. No entanto, seu pai, temendo pela segurança da filha, proibiu-a de sair ou se mostrar sob ameaça de castigo.
Santa Rosa respondeu serenamente: “Se Jesus foi açoitado por mim, então posso ser açoitada por Ele. Só farei o que Ele me pediu para fazer, não posso desobedecer a Ele.” Diante da insistência do pároco, o pai de Rosa suspendeu a proibição e, durante dois anos consecutivos, a menina pregou nas ruas de Viterbo defendendo o Papa.
A pregação de Rosa causou uma transformação em Viterbo. Pecadores obstinados mudaram seus caminhos. Hereges retornaram à comunhão da igreja e, especialmente, os partidários italianos do imperador rebelde se reconciliaram com o Sumo Pontífice. Em uma ocasião, Rosa começou a levitar, sendo testemunhado por milhares de pessoas, e a notícia se espalhou pela Itália, o que passou a ser considerado uma ameaça pelas autoridades locais.
Mas a maldade dos gibelinos[1] atingiu o extremo ao condenar à morte a menina, como uma ameaça para o Estado. O governante local de Viterbo opôs-se à ideia de executar a menina, mas proferiu a desfavorável sentença de exílio para ela e sua família.
Isso, no entanto, foi pior para a causa do imperador ímpio. Durante sua estada em Soriano, Santa Rosa não parou de pregar e, a partir de dezembro de 1250, passou a pregar também nas ruas, dessa vez anunciando a morte iminente do imperador Frederico II. De fato, no dia 13 daquele mês, o imperador invasor morreu na Apúlia.
O partido do Papa, tendo recuperado o controle de Viterbo, permitiu que Rosa retornasse triunfante à sua cidade natal.
Rosa queria entrar no convento de Santa Maria delle Rose, mas a abadessa se recusou a aceitá-la devido à falta de um dote.
Ela então regressou para a casa de seus pais, onde veio a falecer em 6 de março de 1252, com apenas 17 anos de idade. Ela foi enterrada na igreja de St. Maria in Podio, mas, em 4 de setembro de 1258, seu corpo foi transladado para a igreja do convento de Santa Maria delle Rose, como ela havia previsto quando disse à abadessa: “Está bem, retrucou Rosa com um sorriso gentil. Por enquanto, a senhora não me quer aqui, mas talvez Sua Reverência esteja mais disposta a me receber quando eu estiver morta.
Rosa resolveu, então, converter seu quarto em uma espécie de cela religiosa, adotando um silêncio extremamente rigoroso e dedicando-se exclusivamente a Deus, convencida de que havia completado sua missão. Durante os sete anos finais de sua vida, era interrompida somente por pessoas piedosas que buscavam seus conselhos.
Em 1357, um incêndio destruiu a igreja até suas fundações, mas o corpo da jovem permaneceu intacto.
[1] Nome com que, na Itália, eram conhecidos os partidários dos imperadores da Alemanha, na Idade Média, em oposição aos guelfos, partidários dos papas.
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