Gaudium news > Os bispos alemães devem manter a unidade com Roma e evitar um cisma

Os bispos alemães devem manter a unidade com Roma e evitar um cisma

O Cardeal Christoph Schönborn aconselhou os bispos alemães a manterem um diálogo contínuo com o Vaticano, concordando com as críticas do Papa em relação à continuidade do processo de reforma planejado pela Igreja da Alemanha. Ele alertou que persistir nesse caminho poderia levar a um cisma.

Foto: Vatican news

Foto: Vatican news

Redação (19/02/2024 20:03, Gaudium Press) Esta semana, a Conferência Episcopal Alemã deveria aprovar os estatutos para a formação de um Comitê sinodal que reuniria cerca de 27 bispos e vários leigos para discutir uma agenda do altamente questionado Caminho Sinodal Alemão – temas como o sacerdócio feminino, moral sexual e celibato sacerdotal –, exercendo as funções de governo da Igreja e introduzindo, assim, princípios da democracia liberal nessa área, algo que não é católico.

No entanto, uma carta assinada pelo Secretário de Estado, Parolin, pelo prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, e por Robert Prevost, prefeito do Dicastério para os Bispos, pediu o cancelamento desta votação, e que qualquer tomada de decisão deveria ser adiada para depois das conversas previstas entre os representantes do Vaticano e da Conferência Episcopal Alemã. “Se o estatuto da Comissão Sinodal for adotado antes dessa reunião, surge a questão do objetivo desse encontro e do processo de diálogo em andamento em geral”, enfatiza a carta, “a aprovação do estatuto do Comitê Sinodal seria, portanto, contrária à ordem do Santo Padre e o colocaria mais uma vez diante de fatos consumados”.

Manter a unidade

Em uma entrevista ao portal “communio.de”, nesta segunda-feira, o Cardeal de Viena, Christoph Schönborn, concordou com as críticas do Vaticano em relação à continuidade do processo de reforma planejado pela Igreja da Alemanha.

A proposta de envolver os leigos nas decisões fundamentais contradiz a constituição da igreja. Um bispo não pode delegar a responsabilidade pessoal por decisões importantes e pela transmissão da fé às comissões, frisou o cardeal: “Portanto, a ideia de um comprometimento voluntário dos bispos com as decisões dos conselhos sinodais é incompatível com a essência da missão episcopal”.

Segundo o Cardeal Schönborn, os bispos alemães devem evitar tomar decisões que possam levar a uma divisão na Igreja. Ele destacou a importância de considerarem seriamente se desejam realmente se afastar da comunhão com o Papa ou se desejam aceitá-la lealmente. A recusa em ceder é um claro sinal de obstinação, que poderia levar a um cisma, algo que ninguém deseja. Ele ainda acrescentou que ignorar as advertências de Roma seria uma negligência.

O Cardeal Schönborn lembrou que o Vaticano expressou repetidamente que a Igreja na Alemanha não tinha autorização para estabelecer um órgão de governo conjunto de leigos e clérigos. Ele ressaltou a paciência demonstrada pelo Papa e pelos dicastérios romanos em manter o diálogo com os bispos alemães e preservar a unidade e a comunhão.

A votação sobre o estatuto do Comitê sinodal – programada para a próxima semana – foi retirada da agenda da Assembleia plenária dos bispos alemães.

No entanto, grupos reformistas e o Comitê Central dos Católicos Alemães (ZdK) continuam a pressionar os bispos alemães a seguir adiante com as reformas de qualquer maneira.

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas