Tolerância x provocação
Nos dias atuais, uma vírgula mal colocada numa frase dita por um católico que leva sua religião a sério pode ser interpretada como intolerância. Mas, quando as pessoas tripudiam e escarram na casa do Senhor, os católicos devem aceitar?
Redação (16/02/2024 10:21, Gaudium Press) Não bastasse um Natal com montagens de presépios com dois ‘Josés’ e duas ‘Marias’, inclusive dentro de uma igreja católica da Itália, o cartaz oficial da Semana Santa de Sevilha, no sul da Espanha, apresenta um Jesus com traços efeminados, traje e expressão que denotam sensualidade.
Não é uma peça que foi exposta num museu, numa praça pública ou num evento cultural secular. É o cartaz oficial da Semana Santa da Igreja de Sevilha! A peça foi encomendada a um artista local, e a organização que reúne as irmandades as quais participam das procissões da Semana Santa naquela cidade, ao receber o cartaz, em vez de indignação, manifestou apoio ao artista! E publicou um comunicado justificando tratar-se da “parte luminosa da Semana Santa, no mais puro estilo deste prestigiado pintor”.
Não, não se trata da parte mais luminosa, mas da parte mais obscura e mais triste, e, o pior, brotada de dentro da própria Igreja! A coisa caminha de tal forma que se torna difícil para os católicos, tão veladamente perseguidos, saberem se o inimigo está porta afora ou porta adentro.
O caso deste cartaz com um Jesus sexualizado foi comentado na imprensa que, por um lado, afirma que “o artista Salustiano García usou o filho como modelo, e ambos têm se divertido com toda a polêmica gerada com a imagem”. E, por outro, alfineta: “O cartaz provocou indignação em meios de comunicação católicos ultraconservadores, que exigiram sua remoção por considerá-lo ofensivo”. Ou seja, defender a nossa fé e honrar a Deus tornou-se sinônimo de ultraconservadorismo!
Crime e castigo
São casos de se lamentar, de chorar e recordar as palavras de Nossa Senhora em Fátima: que viriam castigos se a humanidade não se emendasse, rezasse e fizesse penitência. E o que vemos é isso.
Na vida, temos o crime e o castigo. Os abusos contra a fé católica são cada vez maiores e mais ostensivos. A ‘bola da vez’ nas redes sociais e na imprensa é a tolerância religiosa, mas e a intolerância que nós, cristãos, sofremos cotidianamente e as provocações que nos são feitas, por que ninguém fala delas?
Experimente ir para o seu trabalho ou para a sua escola com o seu terço no bolso, deixando parte dele à mostra, e logo será chamado a atenção, porque a sua fé, a prática da sua fé, ofende as pessoas e as incomoda. Mas é você que é o intolerante… Experimente rezar o rosário em público e veja as consequências disso.
Aguardemos um grande ataque às Sagradas Escrituras
Não é novidade para nenhum cristão que já existem movimentos que tentam mudar o texto das Sagradas Escrituras para que ele se adéque aos valores pervertidos e inverdades que querem defender.
Pretendem tirar da Bíblia o que perturba. Como a Bíblia inteira perturba, logo não demorará para não podermos mais lê-la e portá-la, o que já acontece em alguns países onde a perseguição aos cristãos é mais ostensiva.
Há algum tempo, eu presenciei, em um restaurante no centro de São Paulo, um grupo de jovens serem convidados a se retirar porque estavam conversando sobre a Bíblia enquanto comiam suas esfihas. Havia três ou quatro Bíblias sobre a mesa, os jovens conversavam animadamente, provavelmente sobre trivialidades, quando um deles abriu a sua Bíblia e leu algo para o colega do lado. Imediatamente, um funcionário que já os observava se aproximou e disse, sem nenhuma gentileza: “Vocês estão perturbando o ambiente, aqui não é igreja, não é lugar de ler a Bíblia!”.
Fazem parecer que nós somos os inimigos
Terços, crucifixos e quaisquer outros símbolos de nossa fé, inclusive um modo de vestir mais reservado, perturba, incomoda e suscita represálias. Invadem nossas igrejas, conspurcam nossos sacrários, roubam nossas hóstias para serem usadas sabe-se lá em que tipo de rituais, mas, quando se fala em intolerância, é para nós que apontam, somos os conservadores, os ultraconservadores, os inimigos da boa relação social.
O artista que tripudiou da nossa fé, com o apoio da Igreja de Sevilha, justificou o seu cartaz infame dizendo ironicamente: “Meu Cristo é do século 21”.
Nossa resposta a ele e aos que agem como ele, ou aplaudem esse tipo de sacrilégio deve ser apenas uma: “Nosso Cristo não é o do século XXI, porque Jesus é o mesmo ontem, hoje e por toda a eternidade” (Hb, 13-8).
O que ainda haveremos de ver neste mundo, antes da volta de Nosso Senhor? Podem duvidar disso, mas Ele voltará e já está bem perto.
Por Afonso Pessoa
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