Faixa de Gaza: 30 cristãos morreram desde o início do conflito entre Israel e Hamas
Segundo um relatório da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), 30 cristãos perderam a vida desde o início do conflito na Faixa de Gaza entre Israel e o Hamas
Redação (14/02/2024 09:00, Gaudium Press) Dezenove cristãos foram vítimas diretas da violência militar e outros onze sucumbiram devido à penúria e à escassez de cuidados médicos. Entre as vítimas, estão as 17 pessoas que foram mortas em um bombardeio à Igreja Ortodoxa Grega de São Porfírio em outubro de 2023. Outras duas mulheres, mãe e filha, foram alvejadas por franco-atiradores israelenses ao saírem da Paróquia Católica da Sagrada Família.
No entanto, a violência direta não foi a única causa de mortes. A crise humanitária contribui para a falta de recursos básicos de alimentação, higiene e saúde. A falta de eletricidade e combustível torna impossível o funcionamento de instalações médicas, privando os doentes de tratamento essencial. Foi assim que Hani Abu Daud, um católico, faleceu. Ele precisava de sessões frequentes de hemodiálise, mas com os cortes de eletricidade e a falta de combustível para os geradores hospitalares, seu tratamento tornou-se impossível e ele acabou morrendo. Outros cristãos tiveram o mesmo destino trágico por falta de tratamento adequado para suas doenças.
Apesar da difícil situação em Gaza, um sacerdote e sete religiosas continuam prestando auxílio aos católicos que se refugiam na Paróquia da Sagrada Família. A igreja chegou a abrigar 700 pessoas, mas várias delas que tinham dupla nacionalidade buscaram refúgio em outros países, enquanto outros cristãos, infelizmente, faleceram durante o conflito. Atualmente, a igreja abriga 560 pessoas, entre católicos e ortodoxos.
George Akroush, diretor do Escritório de Desenvolvimento de Projetos do Patriarcado Latino de Jerusalém, explicou a situação à Ajuda à Igreja que Sofre. Segundo ele, a falta de eletricidade impede o funcionamento das bombas de água, forçando os habitantes a extraírem manualmente água dos poços.
O preço exorbitante dos combustíveis é outro problema grave. Cerca de 20 litros de diesel custam R$1060,00 e fornecem apenas duas horas de energia dos geradores. Com o controle total do norte da Faixa de Gaza pelo exército israelense, os cristãos podem se locomover, mas devem agir com extrema cautela, pois qualquer movimento suspeito pode ser fatal. Para Akroush, a destruição de 62% das residências na Faixa de Gaza levanta sérias preocupações sobre o futuro da região e dos cristãos na Palestina.
A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre tem sido fundamental no apoio ao Patriarcado Latino de Jerusalém, fornecendo alimentos, assistência médica e financeira para aliviar de alguma maneira o sofrimento da comunidade cristã em Gaza. (FM)
Com infomações ACN.
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