Reino Unido: indiciado por rezar silenciosamente perto de clínica de aborto

Smith-Connor, veterano do exército, enfrentará o tribunal por acusações criminais relacionadas a rezar silenciosamente, mentalmente, perto de uma clínica de aborto, em Bournemouth. 

Foto: adf.uk

Redação (10/11/2023 10:13, Gaudium Press) Segundo a organização de defesa legal cristã ADF do Reino Unido, Adam Smith-Connor, cristão e veterano do Exército, está sendo indiciado pelo “crime” de rezar silenciosamente sozinho em uma “zona tampão”, área no entorno de hospitais e clínicas que realizam o aborto legalmente onde é proibida qualquer atividade que possa ofender, constranger, influenciar ou gerar sentimento de culpa nas mulheres que buscam por procedimentos de interrupção da gravidez.

Antes de se tornar cristão, Adam havia pago pelo aborto de seu primeiro filho; uma decisão da qual ele lamenta profundamente. Conhecendo o trauma do aborto e a perda de vidas que ele causa, Adam passou a rezar em silêncio publicamente para seu próprio filho e outros bebês ainda não nascidos e suas mães e pais.

Em 24 de novembro de 2022, a polícia de Bournemouth multou Adam por orar em silêncio, mesmo estando ele de costas para a clínica de aborto a fim de evitar qualquer impressão de envolvimento com alguma mulher que entrasse ou saísse do estabelecimento.

A próxima audiência de Smith-Connor acontecerá no próximo dia 16 de novembro, no Tribunal de Magistrados de Poole.

De acordo com Jeremiah Igunnubole, consultor jurídico da ADF UK, “Adam é mais um indivíduo que pode ser penalizado por seu “crime de pensamento” nas ruas do Reino Unido, este ano. Isso simplesmente não deveria estar acontecendo em uma sociedade democrática – todos deveriam ser livres para expressar suas próprias crenças na privacidade de suas mentes, e reflexões sobre suas próprias experiências de aborto.

 “Se Adam estivesse pensando em algo que fosse diferente do aborto – por exemplo, mudanças climáticas – então não haveria nenhum problema.

 “Ao permitir a penalização à oração silenciosa, estamos navegando em águas perigosas no que diz respeito à proteção dos direitos humanos no Reino Unido. As zonas de censura são inerentemente erradas e criam uma confusão jurídica inútil com o direito de pensar livremente. As leis nacionais e internacionais há muito estabeleceram a liberdade de pensamento como um direito absoluto que nunca deve sofrer interferência do Estado”, ressaltou Jeremiah Igunnubole.

Por sua parte, Adam destacou que “quando servi este país durante vinte anos nas reservas do exército, incluindo no Afeganistão, lutei para defender as nossas liberdades, mas agora minha própria liberdade de pensamento está em perigo”. E acrescentou: “você pode pensar que esta é uma história do livro 1984 de Orwell, mas na verdade isso está acontecendo na Inglaterra, em 2023. Como podemos enviar as nossas tropas para fazer um sacrifício extremo, quando, em nosso país, a polícia está prendendo pessoas por praticarem pacificamente sua fé e oferecerem apoio solidário a famílias em crise?”