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São Leonardo de Noblac

A devoção a São Leonardo de Noblac (ou Noblat), padroeiro dos prisioneiros e das mulheres em trabalho de parto, cresceu no século XI. A Igreja celebra sua memória no dia 6 de novembro.

Foto: Wikipedia

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Redação (05/11/2024 12:11, Gaudium Press) Apesar de pouco conhecido no Brasil, São Leonardo de Noblac (ou Noblat) é um dos santos mais populares na Europa Central e objeto de uma das devoções mais antigas dos franceses.

Leonardo nasceu na Gália, na passagem do século IV para o V, de família nobre. Seus pais eram amigos de Clóvis, rei dos francos. Passados os anos, Leonardo não quis seguir a carreira militar e preferiu seguir São Remígio, bispo de Reims.

Assim como São Remígio, também São Leonardo obteve do rei o privilégio, destinado somente aos bispos, de visitar os prisioneiros e de libertar todos aqueles que considerava dignos dessa graça.

O rei quis ainda conceder-lhe a dignidade episcopal, como era costume na época. Mas ele preferiu deixar a corte para se juntar a São Maximino, primeiro abade do mosteiro beneditino de Micy, na margem sul do Rio Loire, perto de Orléans. Ordenado sacerdote, viveu o Evangelho, deu exemplo de vida de santidade e, com isso, converteu muitos pagãos à fé cristã. Algum tempo depois, São Leonardo Noblac, sempre em busca de maior recolhimento e proximidade com Deus, foi para as proximidades de Limoges, na floresta de Pauvain, para estabelecer seu eremitério.

No entanto, seu recolhimento foi interrompido com a chegada do rei Clóvis, que caçava junto com outros nobres, acompanhado da rainha Santa Clotilde, então grávida. Precisamente nesta ocasião a soberana foi surpreendida pelas dores do parto. Aflito, o rei buscou auxílio junto a São Leonardo, que, por meio de suas orações, intercedeu e salvou a rainha e seu filho. O rei queria agradecê-lo com presentes, mas Leonardo só aceitou o território da floresta que seu burro conseguiu demarcar em 24 horas. Ele denominou essa área de Nobiliacum, que depois se tornou “Noblat” para marcar a origem real desse presente.

São Leonardo construiu uma capela em homenagem a Nossa Senhora e São Remígio: Notre Dame de Sous les Arbres. Ele acolheu dois monges e, milagrosamente, fez brotar uma fonte. Gradualmente, prisioneiros libertados por sua intercessão e outras pessoas se juntaram a ele. Ele compartilhou sua propriedade com eles para que pudessem viver de seu trabalho e não de “aventura e desordem”, e lhes ensinou o Evangelho.

Ele morreu em 6 de novembro de 545, e foi enterrado na capela que havia construído. Seu túmulo logo se tornou um local de peregrinação, dando origem à cidade de Saint-Léonard-de-Noblat.

Em honra de São Leonardo de Noblac foram erigidas mais de seiscentas igrejas e capelas e sua fama se estendeu pelos séculos seguintes, especialmente na época das cruzadas. Entre seus devotos, sobressaiu o príncipe Boemundo de Antioquia, que prisioneiro dos infiéis no ano 1100, atribuiu a sua libertação em 1103 ao santo. Voltando à Europa, doou ao santuário de São Leonardo de Noblac, como voto, uma corrente de prata, parecida com aquela que o tinham amarrado na prisão. Ricardo Coração de Leão honrou o local com suas orações após seu retorno do cativeiro na Áustria.

O culto a São Leonardo, padroeiro dos prisioneiros e das mulheres em trabalho de parto, cresceu no século XI.

Peçamos a São Leonardo de Noblac que obtenha de Deus a liberdade para tantas almas cativas do pecado em nossos dias.

Cf. SGARBOSSA, Mario; GIOVANNINI, Luigi. Um santo para cada dia. 6.ed. São Paulo: Paulus, 2005, p. 356.

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