Invasão Russa: Igreja Católica na Ucrânia ameaçada de extermínio
Com os mísseis russos alvejando locais religiosos e as forças de ocupação impedindo o funcionamento de algumas igrejas, os líderes religiosos da Ucrânia levantam sua voz.
Redação (01/11/2023 12:07, Gaudium Press) O Instituto de Paz dos Estados Unidos organizou um debate, intitulado “Fé sob fogo na guerra da Rússia contra a Ucrânia”, com uma delegação do Conselho Ucraniano de Igrejas e Organizações Religiosas. Os bispos católicos ucranianos viajaram aos Estados Unidos para lançar luz sobre a dura realidade enfrentada pelos fiéis na Ucrânia, aumentar a conscientização e enfatizar a importância da liberdade religiosa e da preservação do patrimônio religioso.
A Igreja Católica na Ucrânia está à beira de uma possível extinção, prognosticaram os bispos católicos, que preveem um destino sombrio como no tempo da antiga União Soviética, se a Rússia sair vitoriosa desta guerra. Afirmam que, apesar da maioria – mais de 62% da população – fazer parte da Igreja Ortodoxa, os cinco milhões de católicos (13%) do país poderão ser forçados a viver na clandestinidade mais uma vez.
Com efeito, a Rússia não tem uma única paróquia católica ucraniana legalmente registrada. Esse fato expõe a falta de liberdade religiosa sob o regime russo e a possibilidade da Igreja Católica se extinguir, se a repressão continuar.
Ademais, há os ataques incessantes a locais religiosos na Ucrânia pelas forças russas. Centenas de edifícios religiosos, instituições teológicas e locais sagrados foram danificados, destruídos ou saqueados pelos militares russos. Essa destruição sistemática do patrimônio religioso é vista como uma tentativa deliberada de apagar a identidade espiritual da Ucrânia. Desde o início da guerra, aproximadamente 450 locais de culto foram destruídos por bombardeios.
Em uma entrevista à CNA, o bispo Dom Vitaliy Kryvytskyi, de Kiev-Zhytomyr, ressaltou que o governo russo impôs controle sobre as organizações religiosas em seus territórios e que um destino ainda pior pode ser esperado para a Igreja Católica na Ucrânia, se a Rússia vencer a guerra.
“Quando perguntamos aos sacerdotes da Bielorrússia e da Rússia por que eles não se posicionam contra esta guerra”, explicou Dom Kryvytskyi, “eles dizem: ‘Vocês não nos entendem porque já se esqueceram de como é viver na União Soviética'”.
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