Religiosas carmelitas mudam de convento na Espanha causando alegria e preocupação nas cidades envolvidas
Na Espanha, nove Carmelitas descalças se transferiram para um mosteiro inativo há 20 anos. A partida das religiosas levantou preocupações sobre a transferência das obras de arte de seu antigo mosteiro em Piedrahita
Redação (01/11/2023 12:20, Gaudium Press) Alegria. Esse foi, sem dúvida, o sentimento experimentado pelos habitantes da cidade espanhola de Bocairent, na província de Valência, que celebraram a chegada de nove carmelitas descalças à cidade. As freiras vão ocupar o mosteiro da cidade que estava desativado há 20 anos.
No dia 13 de outubro, as religiosas saíram de seu antigo mosteiro, em Piedrahíta, pela manhã e chegaram à Boicarent por volta das seis e meia da tarde, onde foram calorosamente recebidas pela população, assim como por um grupo de sacerdotes. Após visitarem uma casa de repouso, as religiosas se dirigiram à igreja da localidade onde foi cantado o Te Deum.
Tristeza após a partida das religiosas que faziam parte da vida da cidade
Enquanto Bocairent estava radiante de alegria, a cidade de Piedrahita sentiu tristeza e preocupação com a partida das nove irmãs carmelitas, que se despediram do mosteiro do Amor Misericordioso, edifício atualmente à venda.
A notícia da partida das nove religiosas comoveu a população de Piedrahita, que as considerava parte integrante do vilarejo de 1700 habitantes. Durante uma década, essas monjas desempenharam um papel fundamental na vida religiosa e social da cidade, oferecendo apoio espiritual e solidariedade a todos ao seu redor.
Depois da partida das religiosas, os vizinhos pedem que outras religiosas ou religiosos sejam enviados ao mosteiro a fim de garantir o serviço religioso. Outros pedem que, pelo menos, a capela do mosteiro seja aberta ao público, como sempre o foi, para que as pessoas possam fazer suas orações.
Procupação quanto ao futuro das obras de arte do mosteiro
Além dessas preocupações “mais piedosas”, não são poucos os habitantes de Piedrahita que se inquietam com o futuro do valioso patrimônio artístico e cultural do mosteiro, que abriga obras de grande valor histórico, como o Cristo de Alonso Cano.
Desde a partida da comunidade, a cidade está alerta quanto à remoção da obra de arte o que muitos consideram uma tragédia para Piedrahita e para a província de Ávila. Por isso, vários habitantes se reuniram à frente do convento e em coro gritavam “O Cristo não vai embora” como forma de protesto pela retirada das obras artísticas.
Vale ressaltar que, em agosto deste ano, Ester Bueno, presidente da Associação “Alma Máter Arte e Cultura”, apresentou uma solicitação à Junta de Castilla y León para que o Mosteiro seja declarado Bem de Interesse Cultural (BIC). Isso garantiria a proteção do edifício e de seus bens móveis, independentemente da mudança de propriedade. A Junta tem até novembro para se pronunciar sobre o pedido, enquanto isso os moradores continuam a pedir ativamente pela permanência das obras de arte.
Ainda antes da partida das freiras, a prefeita da cidade, Carmen Zafra, o pároco, a presidente da Associação Alma Mater e um tabelião visitaram o mosteiro para fazer um inventário dos bens e documentar as reformas realizadas pelas carmelitas nos últimos dez anos. (FM)
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