Gaudium news > O imprevisto papel da confusão

O imprevisto papel da confusão

Criar confusão é a forma mais efetiva de destruir aquilo contra o qual não se pode investir diretamente.

<a href="https://br.freepik.com/vetores-gratis/os-lideres-de-negocios-resolvem-problemas-e-lideram-a-organizacao-para-superar-os-obstaculos-de-negocios-para-atingir-as-metas-de-negocios-planejadas_29175410.htm#query=caos&position=47&from_view=search&track=sph">Imagem de jcomp</a> no Freepik

Imagem de jcomp no Freepik

Redação (25/09/2023 12:21, Gaudium Press) No mundo em que vivemos, e no qual se multiplicam incessantemente os conflitos de interesses, nada há de mais comum que o desentendimento entre as pessoas. Este nasce da contraposição de visões das várias partes: um entende as coisas de um jeito, outro as entende de maneira diversa… A consequente falta de consenso pode resultar numa mera desavença, ou chegar até o homicídio.

Para harmonizar o desentendimento, é necessária ao menos a consideração de um objetivo comum, pois a conformidade quanto ao fim supera o desacordo quanto aos meios. Mas, quando não há consenso nem sequer em relação aos objetivos, o embate é inevitável.

Contudo, o pior fator de desentendimento é a confusão. Para encontrar a solução de qualquer problema é preciso começar por vê-lo com clareza. Caso contrário, a possibilidade de resolvê-lo fica bloqueada desde o início e se, mesmo assim, acharmos a saída, estaríamos impedidos de chegar até ela, pois nenhuma solução – por melhor que seja – logra ser aplicada com êxito numa situação confusa. Por esse motivo, criar confusão é a forma mais efetiva de destruir aquilo contra o qual não se pode investir diretamente.

Ora, o mundo moderno demonstra, cada vez mais, estar entregue ao que poderíamos chamar de globalização da confusão. Ela se faz presente em todos os campos da atividade humana, tanto a nível individual quanto a nível social, político, religioso, intelectual e cultural. E enquanto Cristo chama os homens a ser “sim, sim; não, não”, o príncipe das trevas luta por habituá-los à constante negação do princípio de não-contradição.

Assim, a barreira entre o certo e o errado vai caindo de tal modo que o que era correto ontem é hoje considerado errado, e vice-versa. Nesta inversão sistemática de paradigmas, o homem se acostuma a viver num contexto no qual é normal acontecer o que antes sequer se cogitaria. Isto prepara, por sua vez, uma situação na qual aquilo que nunca deveria ser, seja proclamado normal.

Portanto, o caos e a confusão atuais podem ser considerados meras consequências da decadência que vem sofrendo toda civilização? Ou como uma campânula de fumaça destinada a encobrir a constituição de um novo estado de coisas, onde tudo seja invertido?

Por outra, é legítimo crer que a confusão possa ter como fruto uma renovação das coisas segundo os planos de Deus?

A resposta é sim, mas não por meio do esforço humano. Será preciso um verdadeiro milagre, dos maiores que a História tenha conhecido. Deus o fará, não por causa dos nossos méritos, mas em atenção à glória de seu santo nome. Basta para isso que exista ainda na terra um só homem verdadeiramente justo, pois a História nos comprova que, de tal varão, tudo pode renascer numa reviravolta. Esta, por sua vez, bem poderia também estar oculta dentro da confusão do mundo atual…

Texto extraído da Revista Arautos do Evangelho, setembro 2018, editorial.

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas