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São Fiacre

No dia 30 de agosto comemora-se a memória de São Fiacre, anacoreta, padroeiro dos jardineiros na França.

350px Eglise Notre Dame Bar le Duc Vitrail Saint Fiacre 30 04 2012

Redação (30/08/2024 09:01, Gaudium Press) São Fiacre nasceu no começo do século VII, de uma ilustre família irlandesa. Os escoceses afirmam que ele era filho de um de seus reis, e que foi educado com os seus irmãos pelo Bispo de Connan. Fiacre aproveitou bem essa educação, pois abandonou, jovem ainda, seus pais e sua família, para servir a Deus em terra estrangeira e na solidão.

Indo para a França, procurou o Bispo de Meaux para pedir que lhe cedesse algum lugar isolado em sua diocese. O Bispo de Meaux, que era também um Santo, encheu-se de alegria e disse a Fiacre: “Tenho, não longe daqui, uma floresta de meu patrimônio, que os habitantes chamam Breuil, e acredito ser própria à vida solitária.”

Os dois Santos foram visitar o lugar e o bispo deu ao emigrado irlandês o que lhe seria necessário. São Fiacre, com a bênção do prelado, limpou o bosque, ergueu uma igreja em honra da Santíssima Virgem, com uma casa ao lado onde habitava, e recebeu os hóspedes que ele alimentava com o produto de seu jardim.

Mais tarde construiu uma espécie de hospital, onde ele mesmo servia os pobres e, muitas vezes, os curava pela virtude de suas orações. Mas não permitia nunca que as mulheres penetrassem em sua ermida. Com efeito, o artigo que impede as mulheres de entrarem em mosteiros de homens é uma regra inviolável entre os monges irlandeses.

São Fiacre não se desfez dessa regra enquanto viveu, e ainda hoje vê-se, por respeito à sua memória, que as mulheres não entram no lugar onde ele vivia em Breuil, nem na capela, onde foi enterrado.

Ana de Áustria, Rainha da França, dirigindo-se para esse lugar em peregrinação, contentou-se em rezar à porta do seu oratório. Os escoceses contam que, durante esse tempo, tendo vagado o trono da Escócia, os deputados desse país vieram implorar a São Fiacre que subisse ao poder, mas ele recusou, humilde, mas firmemente. O santo anacoreta morreu a 30 de agosto de 670, e foi enterrado em seu oratório.

Milagres sem conta tornaram seu nome célebre na França, onde geralmente os jardineiros o honram como seu patrono. Rezando em seu oratório e trabalhando no seu jardim, São Fiacre mereceu um trono no Céu. Na verdade, um jardim, também como um oratório, pode tornar-se um lugar de meditação e de prece.

“De fato, poucas coisas são mais belas do que imaginarmos um santo, filho de um rei, que vai para um lugar distante, e passa lá a vida inteira, renunciando às honras da realeza. Contemplando sua vida, nota-se a maravilha de uma graça que se evola e perfuma toda a história. Isso descansa nossas almas e nos coloca diante da perspectiva de que o Céu e a Terra estão unidos e reconciliados”.[1]

Texto extraído de Vida dos Santos, do Padre Rohrbacher.


[1] Plinio Corrêa de Oliveira

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