Comunidades internacionais pressionam ditadura de Ortega na Nicarágua
Enquanto as repercussões sobre o confisco e nacionalização da Universidade Centro-Americana (UCA) continuam, uma centena de funcionários da Nicarágua tiveram seus vistos cancelados pelo Departamento de Estado dos EUA.
Redação (22/08/2023 14:33, Gaudium Press) Enquanto continuam as repercussões devido ao confisco e nacionalização da Universidade Centro-Americana (UCA) e a invasão, no sábado, da residência habitada pelos jesuítas responsáveis por este centro de estudos, o Departamento de Estado dos Estados Unidos detalham as medidas tomadas contra uma centena de funcionários municipais da Nicarágua, acusados de “reprimir organizações da sociedade civil, fechar espaços cívicos como a Universidade Centro-Americana (UCA) e deter injustamente pessoas corajosas que apoiam uma sociedade civil livre, incluindo o bispo Rolando Álvarez”.
O secretário de Estado, Antony Blinken, assegurou que esses funcionários e seus agentes “permitiram ou facilitaram campanhas violentas, detenções injustas e restrições aos direitos humanos e liberdades fundamentais”. A lista das pessoas cujos vistos foram cancelados não foi divulgada.
Blinken declarou que continuará a trabalhar com a comunidade internacional para responsabilizar “aqueles que ameaçam a democracia na Nicarágua”.
O Vatican News informou que, um ano após a detenção arbitrária do bispo de Matagalpa pela polícia de Ortega, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos para a América Central e o Caribe Inglês (ACNUDH) exigiram que o governo da Nicarágua libertasse imediatamente o prelado.
Entre outras violações dos direitos do bispo, estas organizações apontam “a falta de acesso a cuidados médicos e medicamentos essenciais, a detenção incomunicável por se encontrar no sistema prisional de La Modelo e a limitação de visitas dos seus familiares”.
Afirmam ainda que a prisão ocorrida na Cúria Matagalpa, em 19 de agosto de 2022, “foi realizada pela Polícia de forma violenta e sem ordem judicial, e ele foi colocado em prisão domiciliar”.
Sobre a única visita familiar que permitiram ao bispo, a CIDH e o ACNUDH afirmam que, em 25 de março, “ele recebeu a única visita de seus parentes, onde se tornaram públicas a deterioração de sua saúde e as condições desumanas da prisão em que está sendo mantido”.
Ampliando a análise sobre a situação de Dom Álvarez e a de toda a Igreja, a CIDH e o ACNUDH afirmam que, desde 2022, documentaram o aumento da perseguição contra a Igreja na Nicarágua “por fatos que consistem em detenção arbitrária, prisão e expulsão do país de padres e religiosas sem garantir o devido processo legal, bem como a expropriação de seus bens sem direito a recursos administrativos ou judiciais, em violação às normas internacionais que protegem a liberdade religiosa e a não discriminação por motivo de religião”.
Com informações Voz da América
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