Desde 2016, 40 sacerdotes cometeram suicídio no Brasil
O número é um alerta para esse triste e complexo fenômeno que assola os clérigos de nosso país.
Redação (28/07/2023 16:28, Gaudium Press) Um levantamento realizado pelo Padre Lício de Araújo Vale, pertencente à Diocese de São Miguel Paulista, demonstra que entre agosto de 2016 a junho de 2023, 40 sacerdotes católicos se suicidaram em todo o Brasil.
O número é um alerta para esse triste e complexo fenômeno que assola os clérigos de nosso país. Segundo o Padre Lício, entre os principais motivos que levaram os sacerdotes a cometerem suicídio estão o estresse, a solidão e a cobrança excessiva.
A imagem teológica e a sociológica do presbítero
Em artigo publicado no Vatican News, Padre Lício explica que existe um entre a imagem teológica e a sociológica do presbítero. A primeira é aquela que é projetada na celebração dos sacramentos, dos sacramentais e no relacionamento do sacerdote com seus colaboradores mais próximos.
Já a imagem sociológica do presbítero é aquela recebida da sociedade, “muitas vezes diferente daquela que ele tem de si próprio, o que pode causar estresse, solidão e abatimento”. É no confronto entre essas duas imagens que o sacerdote pode acabar se perdendo.
O grande desafio é “não fugir da realidade, refugiando-se na imagem teológica do presbítero, mas tampouco ignorar a imagem sociológica que se tem deles na sociedade atual”. É necessário “viver coerentemente a dimensão teológica do sacerdócio, tão questionada a partir da realidade social em todos os seus aspectos”.
O desafio de ser sacerdote no século XXI
Padre Lício destaca ainda o desafio de ser sacerdote no século XXI, uma época na qual é necessário se adaptar mediante serviço fiel e efetivo ao chamado do Evangelho, tendo olhos e ouvidos atentos aos sinais dos tempos, além de ter habilidade para atender os corações sedentos.
Por fim, ele conclui frisando ser importante e urgente que se oferte uma melhor formação inicial nos seminários e noviciados, e que também sejam criadas estratégias pastorais “mais apropriadas não só para a formação permanente, mas também para o cuidado dos próprios sacerdotes, como também enfrentar o medo e o preconceito em relação à saúde mental dos presbíteros”. (EPC)
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