Papa ratifica a decisão do governo chinês sobre nomeação de Bispo
O Papa Francisco ratificou a nomeação do Bispo da diocese chinesa de Xangai, Giuseppe Shen Bin
Redação (16/07/2023 05:20, Gaudium Press) No último sábado, 15 de julho, o Papa Francisco nomeou Dom Giuseppe Shen Bin como Bispo de Xangai, China. A nomeação ratifica a indicação feita pelo governo chinês.
Em outubro de 2022, a Santa Sé e a China renovaram um acordo provisório de 2018 sobre a nomeação dos Bispos no país. O acordo determina que todas as indicações de Bispos devem ser aprovadas pela Santa Sé e tem como objetivo unir os católicos fiéis a Roma e os católicos fiéis ao regime chinês.
No entanto, um mês após a assinatura da renovação do acordo, o regime chinês nomeou, sem o consentimento do Vaticano, Dom John Peng Weizhao como Bispo auxiliar de uma diocese não reconhecida pela Santa Sé e, violando assim o compromisso estabelecido. Poucos meses depois, o fato se repetiu com a nomeação de Dom Giuseppe Shen Bin para a diocese de Xangai, a maior do país.
A cerimônia de instalação de Dom Shen Bin ocorreu no dia 4 de abril de 2023. Na tarde desse mesmo dia, Matteo Bruni, diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, explicou que a Santa Sé tomou conhecimento da cerimônia de instalação por meio da mídia.
Declarações do Secretário de Estado da Santa Sé sobre a nomeação
O Cardeal Parolin, Secretário de Estado da Santa Sé, comentou a decisão do Papa ao ratificar a nomeação. Em suas declarações, Parolin descreveu Dom Shen Bin como um pastor estimado e afirmou que o Papa Francisco decidiu “corrigir a irregularidade canônica” visando o bem da diocese, a maior do país, e “o melhor exercício do ministério pastoral” de Dom Shen Bin.
No entanto, o Cardeal explicou que o procedimento adotado pelo governo chinês em relação às nomeações e transferências dos Bispos “desconsidera o espírito de diálogo e colaboração” estabelecido de certa forma pelo acordo. Portanto, o Secretário de Estado afirmou que ambas as partes devem trabalhar para evitar situações de desacordo e mal-entendidos.
O acordo provisório, renovado duas vezes em 2020 e 2022, gerou muitas críticas no meio católico, pois é visto como um controle do governo chinês sobre os católicos que sempre se mantiveram fiéis a Roma e que sofreram perseguição por sua fidelidade às autoridades governamentais. (FM)
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