Nicarágua: Bispo Dom Álvarez volta para a prisão
Foi confirmado o retorno de Dom Rolando Álvarez, bispo de Matagalpa, à prisão.
Redação (06/07/2023 14:50, Gaudium Press) O que aconteceu nas últimas 48 horas com o bispo é algo ainda coberto pelas nuvens do mistério, porque nem a ditadura de Ortega nem oficialmente a Igreja se pronunciaram sobre o assunto.
Diversas fontes indicam que, na segunda-feira, o prelado foi retirado da prisão e levado para uma residência da Igreja, provavelmente uma casa da Arquidiocese de Manágua, enquanto decorriam negociações entre um funcionário anônimo da Secretaria de Estado do Vaticano, a Conferência Episcopal da Nicarágua e a ditadura de Ortega. Essas negociações terminaram em fracasso devido à relutância do bispo em ser banido de seu país, já que ele só aceitaria sua libertação sem condições. Desse modo, a ditadura o devolveu à prisão.
Essa atitude do bispo Álvarez tem sido constante, como confirmou Dom Silvio Baéz, bispo auxiliar de Manágua exilado na Flórida, que em sua conta no Twitter postou nas últimas horas: “Em agosto de 2022 falei por telefone com Dom Rolando Álvarez quando ele ainda estava sequestrado em Matagalpa. Naquela ocasião, ele me disse que não deixaria a Nicarágua por nenhum motivo, a menos que o Papa lhe ordenasse. Ele acrescentou que era uma decisão de consciência diante de Deus”.
Dom Baez afirma que entende “a dolorosa decisão que meu irmão bispo tomou e eu o apoio”.
Ontem, o Cardeal Leopoldo Brenes, arcebispo de Manágua, disse a um jornalista da Radio Corporación que a libertação de Dom Alvarez não passava de especulação dos jornalistas e da mídia.
No entanto, o cardeal não esclareceu se o bispo havia de fato sido libertado da prisão, nem se estavam sendo tomadas providências para enviá-lo a Roma.
O caso de Dom Rolando Álvarez é semelhante ao de Dom Silvio Baéz, a quem Francisco ordenou que deixasse a Nicarágua em 2019, no auge do assédio que sofria do regime de Ortega, e quando se temia que poderiam atentar contra ele.
Depois de algum tempo em Roma, Dom Baez estabeleceu-se na Flórida, EUA, onde auxilia nos trabalhos da Igreja local, acompanha a comunidade nicaraguense nos Estados Unidos, ajuda os nicaraguenses no exílio e continua atento a todos os problemas em que seu país está submerso, e que afetam gravemente a Igreja.
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