Burkina Faso: uso do veu será proibido em escolas católicas

A Conferência Episcopal do Burquina Faso decidiu que o uso do véu ou do turbante será vetado no interior das escolas católicas

Fonte: Pixabay

Redação (05/07/2023 08:00, Gaudium Press) A Conferência Episcopal do Burquina Faso decidiu que o uso do véu ou do turbante será vetado no interior das escolas católicas.

A nova medida entrará em vigor em setembro, início do ano letivo 2023-2024, em todas as escolas e institutos católicos do país.

De acordo com a decisão, os alunos do ensino fundamental e médio deverão comparecer nas escolas com o cabelo “ao natural”, ou seja, é proibido o uso do véu e do turbante como adorno ou como sinal de filiação religiosa.

Papel na educação dos homens e mulheres da sociedade

A conferência dos bispos emitiu uma nota justificando a decisão, ressaltando que a Igreja Católica compartilha a responsabilidade, juntamente com a sociedade civil e os pais, pela educação dos homens e mulheres desde o início da evangelização no país, em 1900.

O comunicado explica que: “o único objetivo deste texto é permitir que aqueles que se inscrevem em estruturas educacionais o façam livremente e permitir que a Igreja Católica cumpra sua missão de acordo com seus princípios.”

também menciona que os alunos candidatos devem cumprir certas exigências, incluindo o pagamento da tarifa de inscrição e de escolaridade, o respeito às decisões administrativas, o respeito ao código de vestimenta.

Garantia das liberdades individuais

A nota se baseia no artigo 59 do decreto de 26 de setembro de 2018, referente ao regulamento interno das instituições católicas em Burkina Faso.

Até o momento, a decisão dos Bispos do Burkina Faso foi aceita com naturalidade. O escolas católicas são conhecidas no país por oferecerem um ensino de qualidade e obterem bons resultados.

Ademais, antigos alunos muçulmanos que frequentaram escolas católicas afirmam que essas instituições católicas respeitam as liberdades individuais dos alunos.

O Burquina Faso é um país do oeste do continente africano com cerca de 15 milhões de habitantes, sendo a maioria islâmica (48,6%) e apenas 17% de cristãos, a maioria dos quais são católicos. Desde 2015, o país tem enfrentado uma onda de violência perpetrada por radicais muçulmanos, que têm cometem atentados, sequestros e outros atos de violência. (FM)