“A Quaresma é o tempo favorável para regressar ao essencial”, afirma Papa Francisco
As cinzas nos recordam quem somos e de onde viemos, pois muitas vezes nos esquecemos que viemos da terra e precisamos do Céu e que sem Ele, somos só pó.
Cidade do Vaticano (22/02/2023 16:49, Gaudium Press) Seguindo a tradição, o Papa Francisco participou da celebração da Quarta-feira de Cinzas no Vaticano. A cerimônia foi iniciada com uma procissão penitencial que partiu da Igreja de Santo Anselmo, contando com a participação de Cardeais, Bispos, Monges Beneditinos, Padres Dominicanos e fiéis. A procissão foi concluída na Basílica de Santa Sabina, onde teve lugar a Celebração Eucarística com o rito da bênção e imposição das cinzas.
Em sua homilia, o Santo Padre recordou que a Quaresma é o tempo favorável para regressar ao essencial e que as cinzas nos recordam quem somos e de onde viemos, pois muitas vezes nos esquecemos que viemos da terra e precisamos do Céu e que sem Ele, somos só pó. “Por isso a Quaresma é o tempo para nos lembrarmos quem é o Criador e quem é a criatura, para proclamar que só Deus é o Senhor, para nos despojarmos da pretensão de nos bastarmos a nós mesmos e da mania de nos colocar no centro”, ressaltou.
Esmola, oração e jejum não devem ser simples ritos exteriores
Segundo o Pontífice, a Quaresma é um período propício para reavivar as nossas relações com Deus e com o próximo através da esmola, da oração e do jejum. Entretanto, ele advertiu que não se trata de ritos exteriores, mas de comportamentos que devem expressar uma renovação do coração.
“A esmola não é um gesto, cumprido rapidamente, para deixar a consciência limpa, mas tocar, com as próprias mãos e as próprias lágrimas, os sofrimentos dos pobres; a oração não é mero ritual, mas diálogo de verdade e amor com o Pai; o jejum não é um simples sacrifício, mas uma atitude forte para lembrar ao nosso coração aquilo que conta e, ao contrário, o que passa”, explicou.
A esmola, a oração e o jejum nos permitem expressar que somos filhos de Deus
Francisco destacou ainda que os gestos exteriores devem corresponder sempre a sinceridade da alma e a coerência das obras, pois na vida pessoal não contam a exterioridade, os juízos humanos e a aprovação do mundo, mas apenas o olhar de Deus. A esmola, a oração e o jejum nos permitem expressar quem realmente somos: filhos de Deus.
“Queridos irmãos e irmãs, inclinemos a cabeça, recebamos as cinzas, tornemos leve o coração. Não desperdicemos a graça deste tempo sagrado: fixemos o olhar em Jesus crucificado e caminhemos respondendo generosamente aos fortes apelos da Quaresma. No final do percurso, encontraremos com maior alegria o Senhor da vida, o único que nos fará ressurgir das nossas cinzas”, concluiu. (EPC)
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