Perseguição à Igreja na Nicarágua continua: Bispo Dom Báez perde nacionalidade
O nome do bispo auxiliar de Manágua, Dom Silvio José Báez, e o do Padre Uriel Vallejos aparecem na lista dos 94 novos cidadãos que o governo da Nicarágua declarou a perda da nacionalidade nesta última quarta-feira, 15 de fevereiro.
Redação (17/02/2023 10:36, Gaudium Press) A ditadura de Ortega não para de perseguir a Igreja Católica: o Bispo Álvarez, em cela de segurança máxima um frei italiano expulso do país e agora decretou-se a perda de nacionalidade nicaraguense ao Bispo Dom Silvio José Báez e ao Padre Uriel Vallejos.
Com efeito o Tribunal de Apelações de Manágua, que emitiu a sentença, declarou 94 novos cidadãos, entre eles o Bispo auxiliar de Manágua, Dom Báez, e o do Padre Uriel Vallejos, culpados de “traição à pátria” pelos alegados crimes de conspiração e atentado à integridade nacional, e de difusão de notícias falsas em detrimento do Estado.
O Presidente do Tribunal Ernesto, Rodríguez Mejía, ressaltou que “os réus praticaram e continuam praticando atos criminosos em detrimento da paz, soberania, independência e autodeterminação do povo nicaraguense”, acrescentando que instigaram sabotagem econômica ao governo, convocando o boicote. “Por esses fatos, os réus não podem mais ser considerados cidadãos nicaraguenses”, sentenciou.
Dom Silvio Báez já havia saído da Nicarágua a pedido do Papa Francisco em 2019, pois havia informações sobre um plano para assassiná-lo. Sua determinação e firmeza em denunciar os abusos e arbitrariedades do governo fizeram dele um símbolo, tornando-se objeto de perseguições e ataques. No último dia 11, o bispo criticou no Twitter a prisão de seu irmão no episcopado, Dom Álvarez.
Outro sacerdote expulso da Nicarágua
A ditadura de Daniel Ortega e Rosario Murillo também expulsou do país o sacerdote italiano Cosimo Damiano Muratori, depois dele qualificar a sentença de 26 anos e 4 meses de prisão de Dom Rolando Álvarez como um “fato histórico”.
Durante sua homilia no santuário franciscano, no último domingo dia 12 de fevereiro, Pe. Muratori comentou a sentença do Bispo de Matagalpa e sua decisão de permanecer na Nicarágua:
“Estava na lista dos que tinham que ir para os Estados Unidos. Dom Álvarez foi embora? Por que ele não foi embora? Porque ele não quis! No final, 222 pessoas pegaram o avião e um não. Dom Álvarez tinha razão? Ele ficou e, para mim, é um homem verdadeiro. Eles me fazem prisioneiro, prendam-me”.
Depois de denunciar esta situação, funcionários do Estado visitaram o sacerdote e pediram-lhe que se apresentasse no dia seguinte à Direção Geral de Migração e Imigração (DGME) em Manágua.
O religioso saiu de madrugada para cumprir o compromisso solicitado pelas autoridades nicaraguenses e seu paradeiro era um enigma, até o anúncio de sua expulsão do país.
Em um comunicado à imprensa, o Ministério do Interior declarou que o religioso “interferiu de forma insultuosa em assuntos concernentes apenas aos nicaraguenses”.
Padre Muratori é reitor do Santuário Franciscano El Tepeyac, em San Rafael del Norte, Jinotega, e vice-postulador da causa de canonização do Servo de Deus Odorico D’Andrea, missionário franciscano italiano, conhecido por sua obra evangelizadora no norte da Nicarágua .
Com informações AICA.
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