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Vaticano expulsa freiras italianas da vida religiosa por rebeldia

O Vaticano decidiu afastar da vida religiosa duas freiras italianas que se recusaram a deixar o Mosteiro de Santa Clara, em Ravello, na Itália

Como parte do aumento do controle Hong Kong, a China prendeu duas freiras da missão do Vaticano e tenta influir na nomeação do futuro bispo coadjutor.

Redação (08/02/2023 16:00, Gaudium Press) Apelidadas de “freiras rebeldes” duas clarissas, a italiana Ir. Massimiliana Panza e a indiana Ir. Angela Maria Punnacka, foram expulsas da vida religiosa após se recusarem a deixar o convento.

As religiosas foram obrigadas a deixar o convento no último 3 de fevereiro após receberem uma carta assinada pelo Papa Francisco. Uma terceira religiosa, Ir. Maria Cristina Fiore, foi autorizada a ficar no convento em razão de sua idade avançada (97 anos de idade) e seus problemas de saúde.

A dissolução do mosteiro

Em 2021, por causa da falta de vocações, o Vaticano ordenou, através do Dicastério da Vida Consagrada, o fechamento do mosteiro.

As religiosas propuseram que outra comunidade religiosa pudesse se instalar, o que não ocorreu. Em uma última tentativa, as três freiras se dispuseram a ceder a propriedade ao Vaticano em troca de permanecerem no convento de Ravello.

O Vaticano aceitou a propriedade, mas as freiras deveriam ir para três mosteiros diferentes na Itália, decisão que elas não aceitaram.

Despejadas e expulsas da ordem religiosa

No dia do despejo, Ir. Massimiliana se dirigiu aos habitantes da cidade que presenciaram a cena: “Obrigada a todos os que nos acolheram e apoiaram tanto quanto possível, não fomos transferidas, mas sim dispensadas ​​da Ordem. Assim que fizemos a doação ao papa, nossa transferência foi decidida. Não queríamos levar nada, nascemos pobres franciscanas e queremos morrer assim, mas tínhamos todos os direitos canônicos para levar a cabo esta doação. Nossos superiores pensaram diferente e não tivemos a possibilidade de fazer nada contra a demissão”.

Como declarou o advogado das religiosas, Fabrio Adernò, a decisão do Vaticano é “punitiva” e não deixa margem à apelação pois conta com a chancela do próprio Papa. As religiosas estão atualmente na casa dos familiares da ir. Massimiliana Panza. O prefeito da cidade, Paolo Imperato, também se manifestou e afirmou que vai continuar a lutar a fim de estabelecer “a verdade, a justiça e a dignidade à virtuosa ‘desobediência’ das irmãs”.

O Mosteiro de Ravello

Avaliada entre 50 e 60 milhões de euros, o mosteiro de Ravello está localizado em área suntuosa com vista para o mar de Tirreno. O complexo do convento compreende uma igreja, uma residência para as religiosas, uma casa de hospedagem, algumas ruínas e um grande espaço que dá para o mar. Além disso, graças às doações ao longo dos anos, o mosteiro possui um hotel e três outras empresas locais que geram, cerca de 200 mil euros por ano. (FM)

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