O que diz o testamento espiritual deixado pelo Papa Bento XVI?

No documento divulgado pela Santa Sé o Pontifice agradeceu, pediu perdão por seus erros e exortou aos fiéis para que rezem por ele.

Cidade do Vaticano (02/01/2023 12:12, Gaudium Press) Após a morte de Bento XVI, na manhã do último sábado, 31 de dezembro de 2022, a Santa Sé divulgou o testamento espiritual do até então Papa emérito.

Agradecimento e pedido de perdão

No documento, datado de 29 de agosto de 2006, o pontífice agradece: a Deus “que me doou a vida e me guiou através de vários momentos de confusão”; aos seus pais “que me doaram a vida num tempo difícil e que, a custa de grandes sacrifícios, com o seu amor me prepararam uma magnífica morada”; além de seus amigos e colaboradores.

Em seguida, o Santo Padre pede perdão de coração “à todos aqueles que de algum modo tenha cometido um erro” e exorta à todos aqueles que na Igreja foram confiados ao seu serviço para que permaneçam firmes na Fé e não se deixem confundir.

Diálogo da Ciência com a Fé

“Com frequência, parece que a ciência seja capaz de oferecer resultados irrefutáveis em contraste com a Fé Católica”, entretanto, Bento XVI afirma ter constatado o desaparecimento de “aparentes certezas contra a fé, demonstrando-se ser não ciência, mas interpretações filosóficas somente aparentemente incumbentes à ciência”.

O Pontífice ressalta, por outro lado, que “é no diálogo com as ciências naturais que também a fé aprendeu a compreender melhor o limite do alcance de suas afirmações e, portanto, a sua especificidade”.

Jesus Cristo é realmente o caminho, a verdade e a vida

Tratando sobre as Ciências Bíblicas, ele recordou dos 60 anos que acompanha o caminho da Teologia, período no qual viu “ruir teses que pareciam inabaláveis, demonstrando-se serem simples hipóteses. Jesus Cristo é realmente o caminho, a verdade e a vida — e a Igreja, com todas as suas insuficiências, é realmente o Seu corpo”.

Bento XVI conclui o documento pedindo para que se reze por ele “assim que o Senhor, não obstante todos os meus pecados e insuficiências, me acolher nas moradas eternas” e promete a sua oração a todos aqueles que lhe foram confiados. (EPC)