Paróquia Santa Edwiges em Mogi Guaçu é furtada pela 4ª vez este ano
É a quarta vez que a igreja é vítima desse tipo de ação criminosa só neste ano, mesmo tendo câmeras de monitoramento e sensores por todos os lados.
Redação (30/12/2022 10:19, Gaudium Press) Uma das várias câmeras de monitoramento da Paróquia Santa Edwiges, em Mogi Guaçu, SP, flagraram o furto de objetos metálicos por um homem. A ação aconteceu em uma área lateral à Igreja de Santa Edwiges, que ainda tem uma parte em obras e por isso, possui bastante material de construção no local.
É a quarta vez que a igreja é vítima desse tipo de ação criminosa só neste ano, mesmo tendo câmeras de monitoramento e sensores por todos os lados. São 18 câmeras, ao todo. Segundo o pároco, Pe. Anderson Daniel Lopes, o ladrão levou do local latões de lixo, grade de ralo de escoamento de águas pluviais, uma bicicleta e ferragens de barracas.
“Furtaram esses objetos para alimentar o vício em drogas. Levam qualquer coisa que julgam conseguir vender ou trocar por entorpecente. Está na cara que foi praticado por usuário de drogas”, afirma o religioso, ao explicar que tem crescido, dia a dia, o número de pessoas que vão à paróquia pedir algum alimento ou que ficam importunando fiéis após as Missas.
Profanação do sacrário
Em junho, houve um furto com profanação, na Capela Nossa Senhora Aparecida, pertencente à Paróquia Santa Edwiges, quando duas pessoas invadiram o local, arrombaram uma porta, violaram o sacrário e furtaram fios, microfones e objetos usados nas Missas, entre eles, um cálice italiano banhado a ouro com o relevo dos 12 apóstolos na base, uma âmbula e um crucifixo. As hóstias que estavam no sacrário foram jogadas no chão.
O ato causou indignação à população da cidade, sobretudo aos os fiéis da paróquia. Foi celebrada uma Missa de desagravo pela profanação cometida pelos criminosos contra o Corpo de Cristo, com a presença do Pe. João Cândido da Silva Neto, administrador apostólico da Diocese de São João da Boa Vista, da qual a Paróquia de Santa Edwiges faz parte.
Objetos sagrados danificados
Alguns dias depois do furto, a Guarda Civil Municipal prendeu um homem em um dos bairros da cidade tentando vender alguns dos objetos furtados. Foram recuperados cinco microfones, um lavabo, um jarro, uma caldeira, um cálice, uma coroa da imagem de Nossa Senhora Aparecida e uma base da cruz. Infelizmente, alguns objetos sagrados estavam bastante danificados, como é o caso do cálice e da âmbula, que foram amassados para serem vendidos como sucata.
O suspeito foi apresentado à Polícia Civil e liberado após a elaboração do Boletim de Ocorrência. Mais um crime considerado de pequena monta, que ficará impune, entre os muitos que são cometidos diariamente. No entanto, um crime muito maior que o furto dos objetos foi a profanação do templo, o sacrário aberto e o corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo aviltado e jogado ao chão, o que chocou os fiéis e todos os padres da cidade de 150 mil habitantes, em sua maioria, católicos.
Como praticar a caridade sem fomentar a violência?
No dia 13 de dezembro, o Pe. Anderson Participou de uma Audiência Pública na Câmara dos Vereadores de Mogi Guaçu, representando o clero local, para discutir o assunto. Ele falou sobre a necessidade premente de fiscalização dos ferros velhos e locais de comercialização de materiais recicláveis, que têm proliferado na cidade e servem como pontos de receptação de objetos roubados: “Quem rouba, rouba para vender. E se alguém vende, alguém compra. É esse comércio que é preciso coibir”.
O pároco falou ainda sobre a dificuldade enfrentada pelos padres, funcionários e colaboradores das paróquias, que são constantemente abordados por pessoas em situação de rua, em busca de alimentos para trocar nos pontos de distribuição de drogas.
“A maioria das secretárias das paróquias são mulheres e acabam ficando sujeita à violência quando recusam a doação de alimentos arrecadados, que são destinados a famílias carentes que recebem assistência após terem passado por uma triagem e que recebem também acompanhamento espiritual. Eles não buscam alimentos para matar a fome, mas, para trocar nas biqueiras”, desabafou.
Em sua fala, Pe. Anderson levanta o extremo a que a situação chegou, quando até mesmo os templos religiosos deixaram de ser respeitados, e a encruzilhada em que o cristão se encontra, pois a esmola é um dever bíblico, mas a doação sem critérios acaba servindo para alimentar o comércio de drogas. Por isso, conclamou os poderes públicos, a polícia e outros líderes religiosos a trabalharem em parceria para tentar amenizar a situação, sem discriminar a quem quer que seja.
“Precisamos agir juntos a fim de encontrar maneiras de ajudar essas pessoas, sem fomentarmos o comércio de drogas, oferecendo ajuda apenas para tentar fugir do problema e tirá-los de nossa porta. Estamos cada vez mais expostos a essa violência e temos a obrigação de instruir nossos fiéis sobre isso”, concluiu.
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