O caso do processo contra o Padre Iván Rupnik por supostos abusos
O sacerdote é conhecido por seus trabalhos artísticos.
Redação (07/12/2022 09:48, Gaudium Press) Depois que alguns meios de comunicação noticiaram que a excomunhão do Pe. Marko Rupnik SJ, da Eslovênia, havia sido levantada ontem, Rome Reports informou, baseando-se em um comunicado da Companhia de Jesus, que este instituto havia adotado medidas cautelares contra esse sacerdote, as quais vigoram até hoje. O presbítero é reconhecido internacionalmente pelos seus trabalhos artísticos, por exemplo, o mosaico colocado na parede de fundo do presbitério da Basílica da Santíssima Trindade, em Fátima, Portugal.
As medidas cautelares, que são estabelecidas para prevenir danos, impossibilitam este presbítero de confessar ou dirigir exercícios espirituais, ou acompanhar espiritualmente as pessoas. Da mesma forma, ele não pode exercer atividade pública sem autorização do superior local.
Nestes últimos dias, circulou a informação de que, no início de 2022, um tribunal eclesiástico teria declarado a excomunhão do presbítero de acordo com o cânon 977 do Código de Direito Canônico, que estabelece que “fora do perigo de morte, a absolvição de um cúmplice em um pecado contra o sexto mandamento do Decálogo é inválida”. Além disso, de acordo com o cânon de 1378, “o sacerdote que trabalha contra o que é prescrito no c. 977 incorre em excomunhão latae sententiae reservada à Sé Apostólica”, ou seja, só o Papa pode levantá-la.
O Comunicado da Companhia de 2 de dezembro, relaciona as medidas cautelares tomadas pela Companhia de Jesus com as indicações do Dicastério para a Doutrina da Fé, que recebeu uma denúncia em 2021, sem especificar que tipo de denúncia foi apresentada contra o sacerdote, mas apenas sobre a “sua maneira de exercer o ministério”.
O comunicado afirma que, por indicações deste Dicastério, a Companhia de Jesus nomeou um instrutor religioso externo à instituição para realizar a investigação. Os resultados do mesma foram levadas ao Dicastério para a Doutrina da Fé que concluiu: “depois de ter estudado o resultado desta investigação, considerou que os fatos em causa deviam ser considerados prescritos e, por isso, arquivou o processo, no início de outubro de 2022”. Além disso, assinala-se que nos supostos fatos investigados “não há menores envolvidos”, o que permite a prescrição.
Segundo fonte uma consultada pela Aciprensa, as supostas vítimas seriam pelo menos nove mulheres. Elas denunciaram os fatos ao comissário da Comunidade Loyola de Ljubljana que fez uma visita canônica à referida comunidade. A Comunidade Loyola foi fundada por uma religiosa de quem o P. Rupnik era amigo e pai espiritual.
O comunicado destaca que estas medidas “vigoram ainda hoje, como medidas administrativas, mesmo depois da resposta do Dicastério para a Doutrina da Fé”.
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