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Festa de São Gennaro poderá se tornar patrimônio imaterial da UNESCO

San Gennaro é um símbolo da tradição napolitana, é uma entidade que se ouve em todo o mundo, por isso dedicamos máxima atenção a essa candidatura”, afirmou o ministro italiano da Cultura.

Festa de Sao Gennaro podera se tornar patrimonio imaterial da UNESCO

Itália – Nápoles (28/11/2022 16:54, Gaudium Press) A devoção a San Gennaro (São Januário, em português) poderá entrar na lista de patrimônio imaterial da UNESCO. A candidatura conta com o apoio do ministro italiano da Cultura, Gennaro Sangiuliano. “San Gennaro é um símbolo da tradição napolitana, é uma entidade que se ouve em todo o mundo, por isso dedicamos máxima atenção a essa candidatura”, afirmou.

O Santo possui ao menos 20 milhões de devotos

Importante ressaltar que a devoção ao Santo padroeiro de Nápoles, cujo sangue coagulado se liquefaz milagrosamente três vezes por ano, não se restringe apenas à cidade italiana. O Santo possui ao menos 20 milhões de devotos que, no dia de sua festa, 19 de setembro, celebram sua memória em países como a Alemanha, o Brasil, o Canadá, a Espanha, os Estados Unidos, a França e o Reino Unido.

Para o Arcebispo de Nápoles, Dom Domenico Battaglia, o mártir “representa a ressonância cultural e popular em Nápoles e no mundo que flui através de seu sangue. No símbolo de seu sangue, os napolitanos reconheceram ao longo dos anos seu próprio sangue derramado em uma luta por uma sociedade mais justa e igualitária, um derramamento de sangue contra a barbárie e o crime organizado”.

Liquefação do sangue de San Gennaro

O fenômeno da liquefação do sangue de San Gennaro tem um estreito vínculo com a história de Nápoles e vários acontecimentos catastróficos dos quais foi prevenida a cidade. A partir do século XVI se faz referência ao milagre do sangue líquido e ao santo, a quem foi atribuído ter protegido Nápoles das guerras, pestes e catástrofes naturais como a erupção do vulcão Vesúvio.

Muitos napolitanos têm a crença que se o sangue de San Gennaro não se tornar líquido para suas festividades, é sinal de que alguma tragédia cairá sobre a cidade. Pelo menos assim ficou consignado na história em 1980 quando o milagre não ocorreu e nesse ano um terremoto afetou o sul de Nápoles, deixando mais de dois mil mortos.

Espera-se o milagre três vezes por ano: em setembro, no dia da festa do santo; no sábado anterior ao primeiro domingo de maio para comemorar a transladação dos restos mortais do santo; e – finalmente – em 16 de dezembro, em memória da erupção do Vesúvio de 1631. Quando o sangue não se liquefaz, os napolitanos interpretam isso como um mau presságio .

Pesquisas científicas realizadas sobre o sangue falam do caráter sobrenatural do fenômeno da liquefação. De todas elas, chama a atenção o fato de que o sangue, em seu estado sólido, não ocupa sempre o mesmo volume da ampola que a contém. Em ocasiões chega a ocupar, inclusive, todo o recipiente. A relíquia do sangue de San Gennaro está custodiada na Capela Real da Catedral de Nápoles. (EPC)

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