Cardeal Zen condenado pelo Tribunal de Hong Kong
O cardeal Joseph Zen, bispo emérito de Hong Kong, foi condenado pelo tribunal de Hong Kong a pagar uma multa de 500 dólares.
Redação (25/11/2022 10:06, Gaudium Press) O Cardeal Joseph Zen, de 90 anos, e cinco ativistas pró-democracia de Hong Kong foram multados nesta sexta-feira, dia 25 de novembro, por estabelecerem indevidamente um fundo de ajuda para manifestantes presos.
O cardeal Zen, um dos prelados católicos mais importantes da Ásia, foi preso em maio por “conluio com forças estrangeiras”, provocando indignação internacional. No entanto, ele não foi acusado desse crime que o faria incorrer em prisão perpétua, de acordo com a lei de segurança nacional imposta por Pequim em 2020. Ele foi considerado culpado por não registrar uma associação que ajudou manifestantes contrários ao governo comunista de Pequim, infração punida com uma multa de 500 dólares.
O “Fundo de Auxílio Humanitário 612” foi criado para oferecer assistência jurídica e médica aos manifestantes presos durante os principais protestos pró-democracia de 2019, que se opunham ao crescente controle de Pequim sobre a ex-colônia britânica. A maioria das figuras pró-democracia de Hong Kong está agora na prisão ou fugiu para o exterior.
A juíza Ada Yim decidiu, em seu veredicto, de que o fundo de ajuda estava sujeito à exigência de registro, porque não era, segundo ela, uma instituição de caridade, mas uma empresa cujo objetivo era político, e essa atividade “poderia afetar a ordem pública, a paz e a segurança nacional”.
A defesa argumentou que o fundo era “apenas um nome dado a uma quantia em dinheiro” e que os réus não formavam uma “sociedade”. E também contestou a constitucionalidade da lei de 1911 sob a qual os réus estavam sendo processados.
“A criminalização da falta de registro é, sem dúvida, uma restrição de liberdades importantes para a sociedade civil”, argumentou a advogada de defesa Gladys Li.
Após se inteirar de sua sentença, o cardeal Zen insistiu que seu envolvimento no caso não estava relacionado ao seu status religioso, relatou a agência de notícias Reuters.
O cardeal Zen é uma das vozes mais críticas em relação à aproximação entre a Santa Sé e a República Popular da China.
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