Gaudium news > Os Cristãos ainda são os mais perseguidos

Os Cristãos ainda são os mais perseguidos

Em seu relatório sobre a liberdade religiosa no mundo, a Ajuda à Igreja que Sofre aponta que cinco países podem ver os cristãos desaparecerem de suas populações: Nigéria, Afeganistão, China, Irã e Maldivas.

Foto: Kirche in Not

Foto: Kirche in Not

Redação (24/11/2022 12:13, Gaudium Press) A Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre lançou nesta terça-feira, 22 de novembro, a edição atualizada do “Relatório Perseguidos e Esquecidos: 2020-22”, um levantamento sobre os cristãos oprimidos por sua fé nos últimos dois anos.

A liberdade religiosa é violada em quase um terço dos países do planeta (31,6%), onde vivem dois terços da população mundial, ou 5,2 bilhões de pessoas. As piores violações ocorrem em alguns dos países mais populosos do mundo, como China, Índia, Paquistão, Bangladesh e Nigéria. As principais conclusões de Perseguidos e Esquecidos? 2020-22 são:

Em 75% dos países sob análise a opressão ou perseguição aos Cristãos aumentou.

Na África, a situação dos Cristãos piorou em todos os países sob análise, com provas de um grande aumento de violência genocida por parte de participantes militantes não-estatais, incluindo jihadistas.

Com efeito, o jihadismo é uma das causas pelas quais a Nigéria está à beira de se tornar um Estado falido, com raptos, detenções de sacerdotes e ataques mortais a igrejas cada vez mais frequentes. De acordo com a análise da Sociedade Internacional para as Liberdades Civis e a Defesa da Lei, entre Janeiro de 2021 e Junho de 2022, foram mortos mais de 7.600 cristãos.

No entanto, os grupos extremistas não são o único problema do continente e as ações dos Estados têm afetado negativamente os Cristãos africanos. Tanto o exército da Eritreia como o da Etiópia atacaram o clero e edifícios das Igrejas na região de Tigray, na Etiópia. O exército da Eritreia é acusado de uma campanha de “limpeza cultural” de motivação étnica, alegadamente participando nos massacres de cristãos etíopes, tal como o de Aksum, e destruindo mosteiros e edifícios das Igrejas.

No Oriente Médio, a migração contínua aprofundou a crise, ameaçando a sobrevivência de três das mais antigas e importantes comunidades cristãs do mundo, localizadas no Iraque, na Síria e na Palestina.

Na Arábia Saudita e noutros lugares, há uma falta de determinação política que defenda compromissos constitucionais com a liberdade religiosa. Ainda impõem a proibição de construção de igrejas, de exibição pública de cruzes e de outros símbolos cristãos, e de importação de bíblias e outros textos cristãos.

Na Ásia, o autoritarismo do Estado tem sido o fator crítico que provoca o aumento da opressão contra os Cristãos na Birmânia (Myanmar), na China, no Vietnam e noutros lugares. O país onde se verifica, de forma mais grave, que a liberdade religiosa e de consciência estão a ser estranguladas é a Coreia do Norte.

Noutras regiões da Ásia, o nacionalismo religioso tem provocado o aumento da perseguição contra os Cristãos no Afeganistão, na Índia, no Paquistão e noutros países.

Uma certa perseguição, chamada “difusa”, está ganhando força. O surgimento de novos “direitos” ou normas culturais, consagrados na lei, leva a um profundo conflito entre os direitos individuais à liberdade de consciência e religião e as obrigações legais.

Os indicadores sugerem fortemente que, no período em análise, a perseguição aos Cristãos piorou nos principais países estudados. Parte do problema é uma percepção cultural equivocada no Ocidente, que continua a negar que os Cristãos permanecem a religião mais perseguida. Segundo as palavras do Arcebispo Católico Caldeu Bashar Warda, de Erbil, norte do Iraque, “Ainda há pessoas que são perseguidas por causa da sua fé… Sim, os Cristãos são perseguidos.”

Com informações Fundacao-ais.pt.

 

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas