Papa: como a desolação pode ser a ocasião e o caminho para o encontro com Cristo
Na audiência geral, Francisco continuou com sua catequese sobre o discernimento.
Redação (16/11/2022 15:57, Gaudium Press) Em sua catequese, na audiência geral de hoje, sobre o discernimento, Francisco afirmou que, quando as pessoas se sentem no escuro, na desolação, é quando mais se deve buscar Jesus.
A desolação, “quando no coração tudo está escuro, triste, pode ser uma oportunidade de crescimento, porque se não houver um pouco de insatisfação, um pouco de tristeza saudável”, corre-se o risco de “ficar sempre na superfície das coisas”.
Uma serenidade perfeita mas “asséptica” pode tornar a pessoa desumana: Não podemos ignorar os sentimentos.
Por outro lado, uma inquietação – saudável, um coração inquieto e que busca o caminho – pode ser um ímpeto decisivo para dar uma reviravolta na própria vida, como é o caso de Santo Agostinho, Santa Edith Stein ou São José Benito Cottolengo.
A desolação “é também um convite à gratuidade”, continuou o Papa, “a não agir sempre e unicamente em vista de uma gratificação emocional”.
“Estar desolado oferece-nos a possibilidade de crescer, de iniciar uma relação mais madura e bela com o Senhor e com os entes queridos, um relação que não se reduz a uma mera troca de dar e receber”.
Existe até a possibilidade de dirigir muitos pedidos ao Senhor, “sem ter um verdadeiro interesse por Ele”. O Evangelho observa que Jesus vivia frequentemente circundado por muitas pessoas que o procuravam para obter algo, curas, ajudas materiais, mas não simplesmente para estar com Ele.
Mas é bom aprender a estar com o Senhor “sem outro objetivo”, numa “relação verdadeira e sincera com a sua humanidade, com o seu sofrimento, até com a sua singular solidão”. É exatamente como nos acontece “com as pessoas que amamos: desejamos conhecê-las cada vez mais, porque é bom estar com elas”. Isso é vida espiritual, relacionamento com o Vivente, com Jesus.
Estar com Jesus é estar suscetível à voz da graça do momento
“Às vezes, por exemplo, ouvimos passagens da Bíblia que muitas vezes nos emocionam” e que nesse momento não despertam muito entusiasmo. Mas “inesperadamente, experiências, encontros e leituras às quais nunca se prestou atenção ou que se preferiu evitar – como a experiência da cruz – trazem uma paz inesperada”. É o modo como se faz sentir a presença do Senhor, muitas vezes, no meio da desolação, das dificuldades.
Nos problemas, as provas devem ser enfrentadas “com determinação, com a ajuda da graça de Deus que nunca nos falta”. Devemos rezar sempre, para alcançar a graça, e devemos afastar as tentações que nos impedem de rezar.
Com informações Vatican News
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